AMOR À VIDA

Mateus Solano celebra 10 anos do beijo gay de Félix no final de Amor à Vida: "O impacto foi gigante"

Estrela da obra de Walcyr Carrasco exibida em 2014 também falou sobre o beijo gay exibido em 'Terra e Paixão'

Imagem de Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) em Amor à Vida
Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) em Amor à Vida (Foto: Divulgação/Globo)

O ator Mateus Solano, de 42 anos, celebrou os 10 anos de exibição do primeiro beijo gay de uma novela da TV Globo, que ocorreu entre o seu personagem Félix e Niko, interpretado por Thiago Fragoso, que aconteceu no último capítulo de “Amor à Vida”, levado ao ar no dia 31 de janeiro de 2014. Em entrevista à Quem, o ator relembrou o impacto da cena para a sociedade brasileira e analisou a repercussão do beijo gay entre Kelvin (Diego Martins) e Ramiro (Amaury Lorenzo) em ‘Terra e Paixão’.

O impacto foi gigante. Não só na minha vida, mas também na de muita gente que assistiu e que ainda hoje vem emocionada me dar um abraço e agradecer pelo que o personagem conseguiu suscitar de discussão ou de resolução em situações de intolerância dentro da família”, contou o artista.

Mateus Solano também falou sobre o processo para interpretar Félix nas telinhas e que não se aprendeu ao fato do personagem ser homossexual. “Não acredito que ninguém precise se preparar exatamente para isso. Fui atrás das nuances da personalidade de Félix, como alguém a quem faltou carinho, atenção e compreensão. Daí também nasce o ódio à irmã, sempre bajulada e preferida e nasce também seu ódio à sociedade que não o aceita como é”, comentou ele.

Ainda na entrevista, o ator comentou sobre o beijo gay entre Kelvin (Diego Martins) e Ramiro (Amaury Lorenzo) em ‘Terra e Paixão’ e destacou que a sociedade ainda tem muito a evoluir sobre o preconceito ao ver duas pessoas do mesmo sexo trocando afetos.

Creio que a história avança em soluços, aos trancos e barrancos. O ser humano sempre teve muito medo da mudança e do que é diferente. Se por um lado as tradições são fundamentais para a construção do indivíduo e da sociedade, por outro lado, é justamente a derrubada de certos muros e a expansão desses limites que permite a nossa evolução enquanto espécie. Mas é assustador como o amor entre duas pessoas pode ser, ainda hoje, aos olhos de muitos, uma coisa subversiva no mau sentido”, completou Mateus Solano.