Vice-presidente da APOLGBT sobre Parada de São Paulo: "Evento feito no osso"

Parada LGBT de São Paulo (Foto: Divulgação)
Parada LGBT de São Paulo (Foto: Divulgação)

O vice-presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, Renato Viterbo contou sobre a falta de apoio que recebe das grandes empresas para a realização do maior evento do gênero do mundo. Em entrevista ao blog de Paulo Sampaio, ele comentou a corrida que faz para conseguir patrocínios.

“A gente conseguiu R$ 1,4 milhão, o evento é feito no osso.”, revelou. “As multinacionais falam em diversidade, criam internamente um grupo ‘pride’ (orgulho), mas só para dar a sua cota de correção política”, analisou.

Em condições ideais, o desfile para acontecer necessita de pelo menos R$ 5 milhões. Mas não é uma tarefa fácil arrecadar este montante. Muitas empresas até propõe fazer propostas, mas muitas não querem investir. “O Google, por exemplo, propôs colocar os 80 funcionários do grupo pride deles com camisas da empresa, no meio do público, sem dar nada em troca”, contou.

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Além disso, Viterbo descreve que a Parada também é vítima do que ele chama de “marketing de emboscada”: “No ano passado, a Absolute colocou uma porção de balões com o símbolo da marca sobre a multidão, sem nos consultar. O fiscal deveria ser o governo. Mas você acha que eles vêem isso?”, questionou.

O município colabora com R$ 1,5 milhão, em infra-estrutura, mas segundo o organizador a participação da prefeitura é mais para angariar os seus interesses políticos. “Além do ganho político, eles lucram na economia. Calcula-se que 20% do público da parada são turistas que vêm de fora de São Paulo. No ano passado, isso representou a entrada de R$ 60 milhões na cidade, em Imposto Sobre Serviços (ISS). O equivalente a doze vezes o que precisamos para levantar o evento”, calculou.

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