O documentário “Pray Away”, acrescentado recentemente ao catálogo de serviço de streaming da Netflix, é obra do grande escritor e produtor de cinema e televisão Ryan Murphy, produtor de grandes títulos como American horror Story, Glee, Pose e Hollywood. O documentário conta sobre as terapias de conversão ou (terapia reparativa) que tem como o foco a “cura” de pessoas homossexuais.
“Pray Away” reúne sobreviventes que passaram pelo tratamento cruel dos centros de conversão, onde a homossexualidade é vista como uma doença, e por assim ser, precisa de uma “cura”. Os entrevistados contam detalhadamente sobre os relatos de horror que viveram, como funcionam as terapias e como esses tratamentos causaram danos quase irreparáveis para a comunidade LGBTQIA+.
Nos Estados Unidos a terapia de conversão ainda é licenciada em 22 estados do país, e centenas de pessoas seguem sendo enviadas por seus pais ou familiares para passarem pelo procedimento, ignorando o fato de que aqueles que passam por tais situações de sofrimento têm duas vezes mais chances de cometerem suicídio. Cerca de 700.000 cidadãos americanos passaram pelas sessões de “cura” da homossexualidade.
De acordo com site Opera Mundi, o especialista em orientação sexual e identidade de gênero da ONU, Victor Madrigal-Borloz, publicou em maio de 2020 um relatório onde afirma que as terapias de conversão “podem equivaler a formas de tortura” e pediu aos Estados que colaborem para proibi-las. O polêmico documentário dirigido por Kristine Stolakis tem duração de 1h41min e é uma das estreias mais importantes do serviço de streaming.