Íntimo, brutal e aconchegante, este romance de crescimento retrata com sensibilidade a jornada de duas mulheres imperfeitas em busca de autodescoberta e, sobretudo, a capacidade de apreciar o prazer e a beleza apesar da dor.
Seguimos as duas protagonistas durante seus altos e baixos: Sara, uma bartender badalada, precisou percorrer um longo caminho deixando para trás os traumas, perdas e negligências da adolescência ao fugir de sua cidade natal para Los Angeles. Do outro lado da cidade, Emilie troca de empregos e relacionamentos na tentativa de encobrir a ausência de sentido em sua vida, enquanto lida com inquietações sobre sua origem creole.
Capítulo a capítulo, LaCour alterna entre as perspectivas de Sara e de Emilie para desenhar lentamente a história de amor de duas mulheres na Califórnia que se sentem desconectadas de suas comunidades e precisam descobrir como construir a própria identidade e o próprio significado de lar e pertencimento.
O livro é um banquete sensorial para ser saboreado, provocando experiências sinestésicas no leitor com a descrição detalhada de cheiros, texturas e sabores do universo dos drinques e da alta gastronomia. A narrativa sensível de LaCour brilha nessas passagens, como quando Sara, ainda adolescente, degusta seu primeiro aperitif:
“Ali estava a beleza do vidro trabalhado. Fatia de limão. Líquido dourado. Ali estava o sabor daquilo – um pouco amargo, um pouco doce, algum brilho cítrico, talvez mel. E ali estava significado. Um lar, só dela.”
É uma história agridoce – intensa e melancólica em alguns lugares, mas delicadamente terna e familiar.
YERBA BUENA
Nina LaCour
Tradutora: Luisa Geisler
322 págs. | R$ 64,90
Ed. Record| Grupo Editorial Record