Qual a origem do tesão pela humilhação? Em síntese, o masoquista é o sujeito que busca a obtenção de prazer sexual a partir de sofrimento ou humilhação a que o próprio sujeito se submete, diferentemente do sádico que deseja infligir dor. Seu estímulo libidinal, a sua pulsão sexual, está na dor, justamente no sentimento de sujeição e de obediência incondicional. Isto pode ter uma raiz? Pode sim!
“Eu amo sentir prazer desta forma. Quando meu namorado me pega e se comporta como dominador e me faz “sofrer”, como seu estivesse pagando pelos meus pecados, traz uma sensação diferente. É uma mistura de sexo com sacrifício, é muito atrativo. Eu gosto de ser dominada”, diz uma entrevistada ao Observatório G, adepta da prática.
“É mais uma brincadeira, nós gostamos de variar no sexo e, uma das formas para sair da rotina está neste fetiche, mas não é uma regra. Precisa ser consensual, sem ultrapassar limites, mas o fato de ser dominado dá sim muito tesão”, disse André Luiz sobre o seu namorado.
A satisfação do masoquista advém desta vivência da dor. Muitos nutrem a fantasia apenas como uma forma de sair da rotina e testar novas coisas. Mas o fetiche pode vir como dependência – fetichismo no caso. O sujeito que não consegue chegar ao ápice do prazer sem a humilhação anterior. Muitos estudos da psicanálise entendem que esta questão, quando é uma dependência, pode ter alguma relação com alguma fantasia reprimida na infância. Pode ser alguém que tinha uma relevância muito especial para o sujeito e que causou danos psicológicos nele, que o cerceou de alguma forma. Nesse sentido, o fetichista só consegue sentir prazer a partir desta lembrança projetada em quem ele se relaciona sexualmente no hoje. Freud supunha uma transformação direta da pulsão sádica em masoquista. Para Freud, o fundamento do masoquismo seria a junção do amor com o sentimento de culpa.