Desde 1997 em alguns lugares do mundo, e, atualmente também Brasil, são promovidas no transcorrer de todo mês de outubro campanhas de prevenção e tratamento do câncer de mama. Mulheres e homens, cis e trans, podem ter este acometimento, mas é certeiro dizer que as campanha têm ênfase às mulheres cis, o que pode prejudicar o diagnóstico em outras pessoas, justamente em decorrência da desinformação.
A escassez de informação ainda deixa homens e mulheres trans em situação de vulnerabilidade, com maior exposição à doença e menos cientes das práticas de prevenção que poderiam, em muitos casos, salvar as suas vidas.
Segundo uma pesquisa feita pela University Medical Center, em Amsterdã, mulheres trans possuem 47 vezes mais chances de desenvolver câncer de mama, do que homens cisgênero. No caso destas, o risco possui ligação com os hormônios de afirmação de gênero, como o estrogênio, que podem resultar em transformações físicas.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia é importante que tanto pessoas cis quanto trans adotem uma postura preventiva em relação à doença, mantendo-se alerta e realizando o teste do “toque” a fim de identificar a presença de possíveis nódulos nos seios.
Em 2019, o Governo do estado do Rio Grande do Norte viabilizou uma campanha em outubro para pessoas trans. “A hormonioterapia pode gerar um aumento do risco de câncer nas mulheres trans. Para os homens trans que passam pela retirada das mamas (mamoplastia), o risco de desenvolver a doença é reduzido, mas não é anulado por completo”.
“Os homens trans que optaram por não retirar a mama ou não conseguiram ainda a realizar a mamoplastia, devem seguir as mesmas recomendações das mulheres cis: mamografia anual a partir dos 40 anos e o auto-exame. Os que já realizaram a mamoplastia precisam ficar alertas e, caso um nódulo apareça, procurar um médico”.
Prevenção
É possível reduzir o risco com – adoção de uma alimentação saudável, prática de atividades físicas e realização de exames preventivos como a mamografia, que deve ser feita anualmente.
No bate-papo, Lu Braga, por meio do podcast, esteve com Willy Montmann, fundador do time de vôlei Angels, maior time trans do Brasil, Mikaella Reis, transexual e dr. Júlio Marques, advogado especialista em direito da saúde
O diagnóstico precoce eleva em até 95% as chances de cura. “O método mais eficaz no combate ao câncer de mama, é feito com a disseminação de informação sobre os métodos de prevenção, controle e identificação do câncer de mama, levando as mulheres a realizarem o autoexame, além do diagnóstico em exames como a mamografia”, afirma Lu Braga, voluntária da causa que já venceu o câncer duas vezes.
“Há muita gente ainda que não realiza os exames por dúvida ou receio. Minha missão é ajudar a levar o máximo de pessoas possível a realizar os exames e, assim, acredito que estarei ajudando a salvar vidas. Não existe nada mais importante e valioso do que isso“, ressalta Lu.