HOMOFOBIA

Casal gay é espancado em bar e denuncia descaso dos funcionários

Jovens foram espancados por oito homens no Original Eskina Bae em Ceilândia, no Distrito Federal; Agressores ainda não foram identificados

Bruno Vieira de Miranda foi brutalmente agredido no Bar Original Eskina BAE, em Ceilândia Sul, Brasília - Reprodução/Instagram/Montagem
Bruno Vieira de Miranda foi brutalmente agredido no Bar Original Eskina BAE, em Ceilândia Sul, Brasília - Reprodução/Instagram/Montagem

Um casal foi espancado na madrugada da última terça-feira (01/10), em um bar em Ceilândia, no Distrito Federal. As vítimas, Bruno Vieira de Miranda e Luís Carlos da Fonseca, ambos de 24 anos, foi alvo de uma agressão homofóbica no bar Original Eskina BAE.

De acordo com as informações do portal G1, os jovens participavam de uma confraternização com amigos quando o incidente ocorreu. Segundo relatos das vítimas, as agressões começaram após provocações de um grupo de homens presentes no local. Bruno Vieira se levantou para dançar, momento em que um dos homens o chamou para dançar de forma irônica.

Logo após, o grupo de pelo menos oito homens partiu para a agressão física. Bruno foi levado ao banheiro do estabelecimento, onde foi espancado com socos e chutes até desmaiar. Luis Carlos, que tentou defender o namorado, também foi agredido, sofrendo cortes no pé e lesões na perna. Eles afirmam que as agressões só pararam após os amigos intervirem.

“Apoio nenhum do bar, apoio nenhum de segurança, dos funcionários. Graças a Deus agora estou vivo, porque se nossos amigos não tivessem separado, talvez eu não estaria vivo agora”, desabafou Bruno Vieira de Miranda.

Segundo o casal, o bar não prestou ajuda após o ataque. Além disso, afirmam que, apesar de a Polícia Militar ter sido acionada, os militares não se importaram quando eles falaram que os agressores continuavam circulando livremente pelo estabelecimento.

“Pedi ajuda e eles disseram que os agressores haviam fugido, mas muitos ainda estavam no bar. Mesmo assim, a polícia disse que não podia fazer nada e saiu para outra ocorrência”, relatou Luís Carlos da Fonseca.

Após o espancamento, o Corpo de Bombeiros foi chamado e levou o casal para o Hospital Regional de Ceilândia. Eles foram ao Departamento de Polícia Especializada para registrar a ocorrência e também para fazer o exame de corpo de delito e aguardam a continuidade das investigações para que os agressores sejam responsabilizados.

Em nota oficial, a PM respondeu que, durante a ocorrência, as vítimas e testemunhas estavam sob efeito de álcool, e que indicaram apenas que os agressores fugiram em um carro cinza, não informando em qual direção.

Já o Original Eskina Bae lamentou o ocorrido e declarou que preza por um ambiente de amizade e diversidade, negando envolvimento com discriminação. A direção do estabelecimento afirmou que a ocorrência foi “fora da realidade” do local e que acionou a polícia e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) imediatamente. O bar também se comprometeu a colaborar com as investigações e oferecer suporte jurídico, hospitalar e psicológico às vítimas.