O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para reconhecer como crime de injúria racial atos de homofobia e transfobia. Mas, no mesmo dia, um crime de homofobia chocou moradores de BH.
Uma mulher do bairro Sion, região Centro-sul de BH. Ela denunciou à polícia ter sido agredida física e verbalmente por uma vizinha do prédio onde mora. Os ataques teriam motivação homofóbica, conforme informações do Tempo.
Síndica do prédio, a mulher, que se declara da população LGBT+, relata que, na tarde da última segunda-feira (21 de agosto), foi à área de serviço do prédio para receber um jardineiro que realizaria um serviço no local. Chegando à portaria, conta a vítima, a vizinha começou a provocá-la, por conta de uma mesa que havia sido colocada na área de lazer. A mulher conta que ignorou as primeiras provocações que tratavam como ofensa a sua orientação sexual.
“Ela veio andando na minha direção, e eu perguntei: ‘Você vai me bater?’ A gente chegou perto uma da outra, e ela começou: ‘Sapatão! Sapatão!”, detalha a mulher.
Em seguida, relembra a vítima, ela começou a responder aos ataques, chamando a vizinha de homofóbica, aos berros. Foi neste momento que as agressões físicas começaram. “Ela agarrou meu cabelo. Tentei tirar a mão dela, mas sou fraca. Não vou para embate físico. Peguei o cabelo dela também, a gente foi puxando, e aí ela começou a me enforcar”, explica.
Moradora do condomínio há 17 anos, a mulher conta que nunca quis se mudar do local, mas após os ataques, não descarta a possibilidade.
“Na delegacia virei para minha esposa e falei ‘vamos vender esse apartamento’. Dentro da delegacia, virei pra ela e falei isso. Estou reformando minha casa. Não tinha a menor intenção de sair daqui”, lamenta a mulher, que admite que esta foi a primeira vez em que sofreu ataques homofóbicos. Ela defende punição como forma de acabar com o preconceito. “A gente precisa correr atrás de justiça, pra inibir esse pessoal que quer matar a gente por causa de sexualidade”, finaliza.