Coronavírus: precisamos nos alarmar no carnaval? Dr. Maravilha explica

Coronavírus: precisamos nos alarmar no carnaval? Dr. Maravilha explica

Com a aproximação do Carnaval, evento que atrai multidões do mundo todo para o Brasil, as preocupações com a recente doença respiratória que tem abalado a cabeça dos foliões brasileiros, um vírus da classe dos coronavírus, aumentam. A doença existe desde a década de 60, e reapareceu como uma variação chamada de 2019-nCoV, segundo o informe da Sociedade Brasileira de Infectologia.

O Observatório G conversou com Marcos Vinícius, o Doutor Maravilha, que falou sobre alguns meios de contaminação, prevenção e até mesmo como lidar com a doença durante essa época do ano e sendo HIV positivo.

Sobre as chances de chegar ao Brasil, ela existe?

“Chances tem porque a doença já atingiu níveis pandêmicos, mas é improvável porque os países já estão adotando as políticas de contenção do vírus, em aeroportos e detecção dos casos para isolamento e quarentena”.

Como se prevenir da doença em época de Carnaval?

O ideal é que pessoas que tivessem com quadro respiratório agudo de tosse,febre, dor de garganta ou no corpo, não participassem dessas comemorações de carnaval, porque elas podem transmitir”, comentou ele.

“Evitar o contato, beijar, conversar a menos de um metro com pessoas que tivessem sintomas respiratórios”, advertiu ele. Mas admite que a segunda opção é quase impossível e frisa que o ideal seria a não participação de pessoas com suspeita do coronavírus ou que teve contato de 14 dias com alguém que apresenta os mesmos quadros.

O vírus se prolifera em ambientes frios, estamos no verão, isso diminuiria nossas chances de proliferação?

“Na verdade, os vírus se proliferam mais em ambientes fechados, porque as pessoas ficam mais próximas e tem menos circulação de ar, mas o próprio vírus resiste pouco tempo em temperaturas muito altas, em contato direto com o sol”.

Os blocos de Carnaval são ambientes propícios para contaminação do coronavírus?

“Sim, todo ambiente que tem bastante circulação, contato ou aproximação de pessoas. Lembrando que o coronavírus causa um quadro respiratório como um tipo de gripe influenza, é comum que em ambientes onde haja circulação de gotículas ao falar ou espirrar, possa haver transmissão”.

Perguntamos sobre a baixa taxa de mortalidade da doença e se era bom sinal, na resposta, Dr. Maravilha fez questão de lembrar da dengue e de doenças que estamos deixando de lado, “acho que a gente devia ter preocupações mais reais e não nos preocuparmos com coisas que não são para se preocupar”.

“É o contrário, se você olhar os estudos, os vírus que matam mais são os que disseminam menos, porque não da tempo das pessoas infectadas transmitirem. Agora esses com baixas taxas de mortalidade, podem transmitir mais porque os hospedeiros não morrem tanto”, explicou ele.

“Lembrando que a Influenza típica, a famosa gripe que tem vacinação, tem a taxa de mortalidade muito maior que a do coronavírus e as pessoas não estão preocupadas”, ele ainda salientou a questão da dengue, ” outra questão é que todo mundo está preocupado com coronavírus e a dengue já teve um aumento de 71% esse ano!”

Doutor, mesmo estando indetectáveis, pessoas com HIV positivo correm mais riscos de desenvolver a infecção de forma grave?

“Não! As pessoas vivem com HIV indetectáveis (com CD4 acima de 350), funcionam como uma pessoa que não vive com HIV, mesma chance de complicações graves ou não”.

Quais são os sintomas que devemos ficar de olho, caso haja contato com pessoas estrangeiras ou vindas da China?

“Lançado pelo Ministério da Saúde e pela Vigilância, é uma pessoa que apresenta: febre, dor de garganta, dor no corpo, tosse e teve contato com alguém nos últimos 14 dias que foi a China e tava com sintomas ou a própria pessoa esteve na China, na cidade de Wuhan onde teve os maiores casos”.

Marcos Vinicius Borges Tadeu, residente de São Paulo, é infectologista formado pelo HC/UFMG com ênfase em doenças infectocontagiosas, epidemias emergentes, novidades terapêuticas e bem-estar integral, e desenvolve um trabalho de inclusão de pessoas LGBT vivendo com HIV em suas redes sociais onde é conhecido como Doutor Maravilha.

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