O orgasmo é o ápice do prazer sexual e, evidentemente, que teria que existir um dia específico para comemorar esta data tão excitante. Assim, no dia 31 de julho é celebrado o Dia Mundial do Orgasmo.
De fato, uma coisa que, para muita gente, pode se correlatar imbativelmente com o orgasmo são os famosos fetiches. Alguns mais comuns outros bem mais, digamos, ‘extraordinários’. O fato é que este universo sobrenatural é tão poderoso, que, mesmo que para você represente algo trivial, para o fetichista pode ser o estopim no despertar dos prazeres mais loucos, ao passo que sua ausência pode acarretar literalmente na falta de excitação sexual.
Em resumo, o termo fétiche vem do francês que, por sua vez, é oriundo do português “feitiço”. Na verdade essa designação é bem assertiva pois, de fato, o fetichista fica envolvido e enfeitiçado com o objeto ou situação que lhe proporciona o prazer.
História
Preliminarmente, foi utilizado pelos portugueses em cultos religiosos dos negros na África Ocidental. Desse modo, o termo ganhou tanta notoriedade que foi descoberto na Europa através de Charles de Brosses, em 1757.
Nesse sentido, esse universo fetichista sempre suscitou o tesão até dos mais recatados, sendo amplamente debatido no âmbito da Antropologia, Psicologia, Psicopatologia e, sobretudo, na psicanálise de Freud. Ou seja, quem pensa que é só ‘coisa de depravado’ é bom saber que existem estudos sérios e embasados acerca do tema.
Freud defendia que um Bebê era “Perverso Polimorfo”: Isto Significa que, potencialmente, toda criança razoavelmente saudável, seria capaz de experienciar o prazer de múltiplas formas, em múltiplas zonas do corpo e com múltiplos objetos. Isto pode ser remetido à bissexualidade psíquica constitucional de todos os seres humanos.
Cultura
No aspecto cultural, o fetichismo também ganhou suas nuances. Desse modo, é delineado como ‘ o prazer obtido através dos fenômenos culturais’. Sendo assim, alguns sociólogos até acreditam que as relações sociais criam naturalmente uma cultura fetichista.
Ainda há uma correlação entre o fetichismo e a parafilia, sendo denominado por muitos estudiosos como “universo parafílico” que, a grosso modo, é um termo empregado para designar transtornos da sexualidade, anteriormente referidos como “perversões”. Na verdade a história nos conta que, determinados comportamentos especialmente fora do padrão vigente, eram também designados como ‘delitos sexuais’.
Em suma, temos um universo misterioso, intrigante, provocador e que suscita as mais diversas indagações e curiosidades.
Os fetiches são muito variados, bem como extremamente particulares. Desse modo, vai desde coisas mais simples como pés até situações impensadas como sexo entre familiares e muitas outras coisas. Não à toa, em sites pornográficos, é muito comum vídeos de sexo entre mãe e filha, tio e sobrinho, irmãos, justamente para suprir esses desejos mais obscuros do espectador.
Aerodromofilia
Vontade de transar no avião. Não adianta o parceiro dizer que o prazer será o mais elevado possível, para o fetichista de plantão, a excitação é provocada por viagens aéreas.
Acrotomofilia
É a preferência sexual por pessoas que tenham alguma parte de seus corpos amputada, pois a excitação é proporcionada não pela parte, mas, justamente, pela falta dela.
Agalmatofilia
É o nome atribuído ao desejo de uma pessoa que possui um apego ou admiração por estátuas. O termo deriva do Grego ‘estátua’.
Amaurofilia
É a excitação sexual/fetiche da pessoa pelo parceiro que não é capaz de vê-la. (Não se aplica à pessoa cega). Nesses casos, o uso de máscaras é bem comum.
Anaclitismo, ou autonepiofilia, ou infantilismo
Adultos que ficam loucos, não por crianças, mas com práticas tidas como infantis. Uso de chupeta, mamadeira e até brinquedos vão fazer a alegria desse fetichista.
Autoginefilia
“Amar a si mesmo como mulher”) é um termo cunhado em 1989 por Ray Blanchard, para se referir à “tendência de um homem se sentir sexualmente excitado com o pensamento ou a imagem de si mesmo como uma mulher”.
Bondage
É uma das técnicas e práticas BDSM que consideram a dominação sexual como um dos grandes ápices na hora da transa.
Coimetrofilia
Em suma, atração por transar em cemitérios. Mas calma, sem utilizar os corpos, somente o uso da localidade. Talvez pela atmosfera de mistério e silêncio que um ambiente como esse naturalmente emana.
Coprofilia
Na explicação não tem nada complexo, porém, para muitos, pode ser bem estranho na prática. Esse fetiche se resume no desejo por fezes. De acordo com um dossiê secreto feito por espiões durante a II Guerra Mundial, Hitler era um “coprofilíaco” – alguém que gosta de fezes na relação sexual. Ainda de acordo com relatos, ele gostava que uma mulher defecasse em pé, enquanto ele estava deitado embaixo dela.
Crematistofilia
É o fetiche/excitação sexual ao dar dinheiro, ser roubado, chantageado ou extorquido pelo parceiro
Dendrofilia
Um tipo de fetiche onde há a atração sexual por frutas, legumes, árvores.
Espectrofilia
A espectrofilia é atração sexual por fantasmas ou excitação sexual a partir de imagens em espelhos.
Gerontofilia
Atração sexual por pessoas de idade avançada. O sugar daddy fica bem animado com essa.
Hibristofilia
Atração sexual por assassinos violentos. A primeira pessoa a fazer referência ao comportamento foi o psicólogo e sexólogo John Money, nos anos 50.
Hierofilia
Sem ter o intento de difamar ou vilipendiar a religião de alguém, os que nutrem esse fetiche têm uma atração por objetos religiosos ou ambientes religiosos. Desse modo, o erotismo vem justamente com essa atmosfera de estar em um lugar tido como santificado. Essa mescla de sensualidade profana deixa os adeptos desse fetiche no céu.
Masoquismo
Obtenção de prazer sexual a partir de sofrimento ou humilhação a que o próprio indivíduo se submete.
Ménage
A expressão francesa ménage à trois se refere a uma relação erótica e afetiva que envolve três pessoas.
Menofilia
Basicamente a excitação sexual é provocada por mulheres menstruadas.
Narratofilia
É um tipo de fetichismo que consiste em achar sexualmente excitante o fato de dizer palavras obscenas ou histórias obscenas a um parceiro.
Podolatria
É o fetiche das pessoas que sentem tesão por pés. Na verdade esse fetiche além de ser bem comum, também é retratado na literatura. O escritor brasileiro José Alencar retratou esse fetiche no romance A Pata da Gazela, em 1840.
Quirofilia
É o fetiche/excitação sexual por mãos. Assim, pode ser nas mais variadas circunstâncias. Uma pessoa deslizando a mão sobre você, ou somente por ver a mão e imaginar a pessoa te tocando, já pode levar à loucura.
Trampling
É o fetiche onde o indivíduo sente prazer ao ser, literalmente, pisado pelo parceiro.
Voyeurismo ou mixoscopia
Na verdade este é bem simples, consiste na observação de uma pessoa no ato de se despir, nua ou realizando atos sexuais e que não se sabe observada.
ATENÇÃO!
Existem alguns fetiches que são crimes tipificados no nosso ordenamento jurídico. Desse modo, as práticas devem ser punidas nos conformes da lei. “Lolismo” advindo do termo Lolita, popularizado pelo romance de Vladimir Nabokov, consiste na atração sexual por meninas e adolescentes.
– Estupro de Vulnerável
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena – reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
Assim, o ECA também trata de crimes envolvendo a pedofilia: art. 240 do ECA – utilização de criança ou adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica; art. 241 do ECA – comércio de material pedófilo; art. 241-A do ECA – difusão de pedofilia; art. 241-B do ECA – posse de material pedófilo; art. 241-C do ECA – simulacro de pedofilia; art. 241-D do ECA – aliciamento de crianças.
Zoofilia (Fetiche com animais)- A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou, proposta que prevê pena de detenção, de três meses a um ano, e multa a quem comete ato de zoofilia ou bestialidade (prática de atos libidinosos contra animais).
Necrofilia (Fetiche por cadáveres) – Vilipêndio de cadáver é uma figura de crime contemplado no Código Penal Brasileiro: Art. 212. Vilipendiar cadáver ou suas cinzas: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Lembrando que estupro não consiste necessariamente na penetração, mas também em outras formas de atos libidinosos sem o consentimento da vítima. Desse modo, qualquer prática sem a permissão do parceiro deve ser punida. Nesse mesmo contexto, mesmo que na hora do sexo vocês estejam de acordo sobre a realização do fetiche e, em dado momento uma das partes desiste do ato, o parceiro deve parar.
Nessa direção, outra coisa que merece um cuidado redobrado é asfixia erótica ou auto-asfixia erótica. Em suma, indivíduos acreditam que fazer sexo enquanto sofrem asfixia pode causar maior prazer no momento do orgasmo, contudo, estudos já comprovaram que esta máxima não faz sentido.
No mais, aproveitem o sexo e não se esqueçam da camisinha!