Para Caio Zaio, cofundador da Escola Korú (escolakoru.com.br) e ex-gerente de Diversidade e Inclusão da Ambev Latam, o letramento sobre à comunidade LGBT+ é primordial para que as organizações sejam mais inclusivas, uma vez que a exclusão social se dá, muitas vezes, por falta de conhecimento.
“A diversidade é um tema relativamente novo, as pessoas não cresceram aprendendo sobre ela. Precisamos letrar todos os nossos colaboradores desde a liderança. Tocar em assuntos sensíveis, explicar o que é machismo, homofobia, transfobia, racismo, todas as formas de preconceito e trabalhar até os vieses inconscientes”, explica.
Começar pela liderança
A cultura organizacional deve ser trabalhada ‘de cima para baixo’, ou seja, deve começar pela liderança e depois ser irradiada para o restante da equipe por estímulo e exemplo dos próprios líderes. “O grupo que forma a liderança deve ser realmente engajado e comprometido para garantir uma cultura inclusiva. É preciso definir metas precisas, ‘palpáveis’ e responsabilizar os líderes pelo alcance dessas metas. Essas metas podem incluir, por exemplo, número mínimo de colaboradores de grupos minorizados, programas de aceleração de carreira para grupos específicos e benefícios como licença parental igualitária ou suporte para criação de nome social”, ressalta Caio Zaio.
Criar um Comitê de Diversidade
O diretor também destaca que “Criar um Comitê de Diversidade é importante para nortear a estratégia de Diversidade e Inclusão, e também ter pessoas responsáveis por acompanhar o progresso da iniciativa, analisando regularmente as ações da empresa para perceber o que está evoluindo o que precisa de mais atenção.”
Fazer parcerias externas
Outra dica é buscar parcerias: “Começar sozinho às vezes é difícil. Existem diversas ONGs, iniciativas e empresas como a Korú que podem ajudar empresas a atrair diversidade para seus processos seletivos, funcionando como uma ponte para novos candidatos ou avaliando o processo tradicional da empresa para eliminar vieses, por exemplo”.
Criar grupos de afinidade
“Dar espaço para a criação de grupos de afinidade LGBTQIA+ e outras minorias pode aumentar a confiança das pessoas colaboradoras e o sentimento de pertencimento ao ambiente de trabalho. É uma forma das pessoas se identificarem, compartilharem vivências e ideias e trabalharem as pautas do grupo dentro da empresa”, finaliza o especialista.