Turismo

Mulheres lésbicas relatam medo ao escolher destino de viagens

"Muitos casais têm receio de deixar o conforto do seu ambiente de costume por correr o risco de serem discriminados" conta Alex

Turismo LGBT
Turismo LGBT (Imagem: Ilustrativa)

Apesar de ter sido duramente afetado pelos impactos causados devido a pandemia do coronavirus, o setor de viagens não deixa de ser um dos setores mais lucrativos mundialmente. Algo que tem crescido exponencialmente dentro deste mercado é o turismo LGBTQIA+, que tem sido muito buscado, fazendo que seja necessário algumas mudanças nas agências de viagens a respeito do assunto.

No entanto, apesar de uma grande procura e movimentação, muitas pessoas pertencentes a comunidade LGBT tanto no Brasil quanto em outros lugares do mundo, ainda possuem um grande medo de embarcarem em busca de novas aventuras, com o receio de que passarão por situações desagradáveis por simplesmente serem quem são.

O diretor do Fórum de Turismo LGBT do Brasil, Alex Bernardes, em entrevista concedida ao site Universa, falou a respeito de como os casais homoafetivos se sentem ao planejar uma viagem e alertou sobre a importância de orientar agentes de viagens sobre quais os destinos mais abertos a receber turistas que fazem parte da população LGBTQIA+.

“Muitos casais têm receio de deixar o conforto do seu ambiente de costume para correr o risco de serem discriminados durante uma viagem, mesmo que o destino seja um sonho” disse Alex. “Daí a importância de orientar agentes de viagem e operadores de turismo com relação a quais destinos são mais abertos a receber os turistas desta população” continuou.

Em matéria publicada pelo Universa neste domingo (05) o site reuniu depoimentos de casais lésbicos que contaram seus medos e receios ao planejar uma viagem e relatam que é necessário até mesmo fingir não ser um casal em alguns lugares.

A jornalista Raphaela Guimarães, de 24 anos, diz que em seu último relacionamento nunca conseguiu fazer uma viagem com a namorada por receio de viver situações constrangedoras, “Meu último relacionamento durou dois anos e nunca viajamos juntas e sozinhas” disse ela. “Por medo, a gente perde experiências, perde parte da vida pública enquanto casal. É difícil, porque a gente acaba vivendo um relacionamento pela metade”.

Já o casal Thalita e Lívia contam que no país onde vivem atualmente se sentem tranquilas e aceitas pelas pessoas, mas quando retornam ao Brasil percebem os olhares e julgamentos caírem sobre elas. “Foi muito difícil quando voltei ao Brasil pela primeira vez para visitar a minha família, e não podia andar de mãos dadas com a Lívia em todos os lugares. Aquilo não entrava na minha cabeça” relatou Thalita.

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