Deputada Isa Penna, declaradamente bissexual, celebrou o fato de Arthur do Val (União Brasil) ser cassado por unanimidade entre todos os 73 deputados que participaram da sessão.
Hoje as mulheres que sofreram e choraram comigo no meu caso de violência respiram aliviadas porque abrimos um precedente histórico na política do Brasil: o seu comportamento machista pode fazer os senhores perderem o mandato de vocês! Não há espaço para machismo nos parlamentos. Nos respeitem ou serão jogados para a lata de lixo da história!, disse Isa.
Vivi Reis, também bissexual, usou o Twitter com enlevo para reverenciar a decisão dos políticos. VITÓRIA DA LUTA DAS MULHERES! ALESP aprova a CASSAÇÃO de Arthur do Val, machista desprezível, q fez comentários sexistas contra mulheres refugiadas da guerra na Ucrânia. A decisão anula seus direitos políticos e o torna inelegível por 8 anos. Foi tarde! Viva a luta das mulheres!, falou Vivi.
Internautas, no entanto, recordam da atitude de Fernando Cury que, em dezembro de 2020, foi flagrado por câmeras da Alesp apalpando, em plenário, os seios de sua colega Isa Penna. Punido internamente, Cury ficou suspenso de suas atividades parlamentares por 180 dias.
Delegado Olim afirmou em entrevista no mês de abril que a deputada teria tido “sorte” após ser vítima da importunação sexual supracitada, pois, após a reverberação do caso, poderia se reeleger. Conselho de Ética votou pela não admissibilidade e rejeitou o processo de Isa Penna contra o Delegado.
As falas de Arthur contra as mulheres ucranianas, aliás, ‘Mulher ucraniana’ virou tema até de pesquisas exorbitantes no mercado pornô, foram rechaçadas legitimamente Mas o que faz o tratamento remetido a Arthur ser tão diferente do desferido aos outros parlamentares?
O que é pior – Apalpar os seios de uma mulher, sem o menor decoro, ou falar que lamberia o c* de uma ucraniana em meio a guerra?
O assessor especial Mosart Aragão publicou, em 2021, um vídeo em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) aparece dançando o funk em que chama feministas de cadela. ‘Mulher da esquerda tem mais pelo que cadela…’, diz a letra da canção do autor que, inclusive, já está em outro plano, ele morreu.
Em 2018, a música, nada sacra, foi tocada durante a Marcha da Família na defesa dos bons costumes. A canção cujo seu autor foi acusado de agressão contra mulher, fala de feministas, mas feminista vem sobretudo de fêmea ou feminino. Isso não corrobora violência ao sexo feminino e/ou contra qualquer corpo construído com a expressão de gênero que alude ao feminino?
Se a preocupação com a pauta da mulher fosse mesmo legítima e não um artefato usado por políticos o correto não seria todos serem punidos igualmente?
Guerra e mulheres
Não há dúvidas de que as mulheres, mesmo em proporção menor em comparativo aos homens, tiveram em atividade nos períodos nebulosos de guerra, embora o ambiente não seja nada seguro a elas. O sexo feminino, por conta da presumida capacidade reprodutiva e vulnerabilidade física, genericamente não vai ao front, mas mesmo assim, ao longo da história, foram documentados registros de mulheres que exerceram essas atuações mais ferozes, como a Lyudmila Pavlichenko, franco-atiradora soviética durante a II Guerra Mundial.
Já sobre violência, as “Mulheres de conforto“, ou de alívio, foram as escravas sexuais abusadas pelo exército japonês durante a II Guerra Mundial, forçadas a trabalhar em bordeis militares. Elas foram tratadas como escravas sexuais a serviço dos soldados japoneses em meio a guerra.