O presidente Jair Messias Bolsonaro, o governador do estado de São Paulo João Dória e o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella e até instituições como a Anvisa estão entre os vencedores da categoria “Pau de Sebo do Ano” na edição de 2019 do “Oscar LGBT”.
Contrariando Bolsonaro, há na lista nomes como Felipe Neto, o time de futebol Bahia, prefeituras, governos e emissoras de TV foram indicados à categoria “Troféu Triângulo Rosa”, prêmio dado a quem contribuiu e ou ajudou diretamente à comunidade LGBTQ+ no Brasil.
Desde o início da década de 90, o Grupo Gay da Bahia (GGB) comanda o “Oscar LGBT”, realizado sempre e após a premiação do Oscar, indicando e premiando nomes que contribuíram ou obstruíram a pauta no ano anterior.
Além do grupo baiano, participam do júri a Aliança Nacional LGBT+ e o Grupo de Dignidade de Curitiba. “Infelizmente, tivemos mais uma vez um presidente da república como um dos destaques dentre os que pisaram na bola da cidadania LGBT“, diz Luiz Mott, fundador do GBB.
A censura à campanha publicitária do Banco do Brasil com modelos LGBT e a ofensa contra um jornalista a quem, Jair Bolsonaro chamou de “cara de homossexual terrível” são duas justificativas para a escolha.
João Dória e Crivella foram indicados ao Pau de Sebo por censurarem publicações com conteúdo LGBT. A Anvisa levou o Pau de Sebo pela restrição à doação de sangue de doadores homossexuais.
Vale lembrar que Dilma Rousseff foi a primeira presidente da república a receber o troféu Pau de Sebo em 2012 pelo veto ao kit anti-homofobia. Lula, FHC e Fernando Collor receberam o prêmio positivo do Triângulo Rosa por políticas consideradas respeitosas à população LGBTQ+.