Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, nesta quinta-feira (20/10), o presidente Jair Bolsonaro (PL) teceu um comentário acerca da aplicabilidade da Lei Maria da Penha. O presidente não sabe como a atuação da lei se concretiza no caso de uma relação homoafetiva.
“Não sou homofóbico. Eu sempre defendi que as crianças em sala de aula não deviam ter aquela carga de material que não era compatível com a idade e nem os pais queriam isso. Então isso me valeu muito processo. Essa pautas de costume, a liberação das drogas, pesou bastante ao meu favor”.
“Como é que fica a Lei Maria da Penha num casamento homo?”, indagou, aos risos. “Mas tudo bem”.
A qualificadora específica – Violência contra mulher – parte de uma perspectiva histórica de violência, que originalmente foi estipulada a partir do sexo, visto que a capacidade reprodutiva das mulheres está documentadamente ligada à conjuntura de violência. Ou seja, em tese, a lei contemplaria apenas mulheres.
Mas há muitos relatos em que a legislação foi aplicada, por analogia, em outras configurações, o que incluem casais gays.
Caso um homem sofra violência física, psicológica, sexual, patrimonial, moral ou outras, por uma questão de hermenêutica, a justiça pode intervir em prol da vítima e conceder à medida protetiva. O mesmo vale para às crianças, adolescentes e idosos do sexo ou gênero masculino, que sejam vítimas. O importante é denunciar e esperar pela interpretação da justiça.