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Incoerente, ‘Dia do Orgulho Hétero’ é aprovado em Cuiabá

Dos 16 parlamentares presentes, 15 foram favoráveis ao PL — oito não estavam na Casa na hora da votação

Bandeira do Orgulho Hétero
Bandeira do Orgulho Hétero (Reprodução)

O Orgulho, em sua acepção mais profunda, refere-se justamente à luta. Isto é, uma pessoa inserida em uma posição na qual nunca precisou reivindicar o direito de ser não precisaria de um dia de orgulho. Mas nem todo entende desta forma. Foi aprovado nesta terça feira (21/12), por 15 votos a 1, o Projeto de Lei que estabelece o “Dia do Orgulho Hétero” em Cuiabá, no Mato Grosso.

O PL foi proposto pelo vereador e tenente-coronel, Marcos Paccola (Cidadania). “Não tenho nada contra esses dias, acho que cada um tem sua liberdade e tem que lutar por isso. Nós temos orgulho de dizer que somos héteros, isso não nos faz melhor ou pior que ninguém”, declarou Paccola em sessão na Câmara Municipal de Cuiabá. 

Marcos Paccola (Cidadania), após se sentir ameaçado, afirma também que hoje existe “uma clara obrigatoriedade para que jovens e crianças tenham um comportamento bissexual*”.

* Espalhou-se na direita cristã e em meios mais conservadores uma notícia na qual trazia um professor que incentivava adolescentes a beijarem meninos e meninas dentro da sala de aula. Este professor do Colégio Estadual Heitor Villa Lobos, no bairro do Cabula, em Salvador, foi afastado das funções.

O fato teria ocorrido no dia 11 de novembro, quando o professor de Artes estimulou que os adolescentes do 6º ano A/Fundamental II se beijassem.

Mas este caso, atípico e que não representa a pauta LGBT, não pode servir de aparato para um parlamentar afirmar, sem sofrer qualquer retaliação, que há “obrigatoriedade de um comportamento bissexual em jovens”.

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