Apesar do resultado favorável para a criminalização da LGBTfobia, uma fala do
ministro Dias Toffoli chamou atenção nesta quinta-feira (23), durante o julgamento da lei pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o presidente da Corte, o julgamento do projeto – que pede que a LGBTfobia seja incluída na lei 7.716/89, conhecida popularmente como Lei Antirrascimo – não deveria retornar ao STF e sim esperar o Congresso Nacional legislar uma lei, já que os casos de LGBTfobia “diminuíram no Brasil”.
“Eu penso que os brilhantes votos proferidos, conduziram a sociedade em uma reflexão, porque tudo indica que já houve uma diminuição nas agressões e que, além disso, o Congresso Nacional está se movimentando sobre o caso”, disse.
No entanto, não é isso que pesquisas recentes sobre LGBTfobia tem mostrado. Segundo a última pesquisa do Grupo Gay da Bahia (GGB), de janeiro a maio deste ano, cerca de 126 homicídios e 15 suicídios foram registrados em todo o Brasil, o que representa uma média de uma morte a cada 23 horas.
Além disso, uma outra pesquisa, desta vez realizada pela Secretaria de Segurança Pública de Brasília, afirmou que, nos primeiros meses de 2019, cerca de 31 ocorrências foram registradas envolvendo preconceito ou injúria contra pessoas LGBTQ+ no Distrito Federal.
Nas redes sociais o caso não repercutiu muito bem e muitos internautas criticaram a fala do ministro, o confrontando com dados referente às mortes de LGBTs no Brasil: “Percebe-se que o ministro Dias Toffoli é muito bem informado sobre a questão de crimes contra LGBTQI+. Somos o país que mais mata, e isso não diminui apenas pq vcs estão discutindo sobre essa pauta. Isso simplesmente não diminuiu ministro. Acorde pro mundo real. #criminalizaSTF”, disse um internauta.