Cada grupo, com seus projetos e ideologias, descentralizados ou centralizados, apresentam suas pautas e especificidades diferentes. A respeito da Visibilidade Lésbica, o que foi primordial para impelir os movimentos sociais foi Chanacomchana. Esse boletim foi uma publicação dos coletivos que formaram os grupos Lésbico-Feminista – LF (1979-1981) e Ação Lésbica-Feminista – GALF (1981-1989). A única edição tablóide do título foi publicada no início de 1981, pelo primeiro coletivo (LF).
O jornal era vendido e distribuído no Ferro’s bar, comumente frequentado por lésbicas. Todavia, as publicações não foram aprovadas pelo dono do bar, o que resultou na expulsão das mulheres em 1983. Essa repressão originou o Stonewall brasileiro. Além do mais, como resposta a esse episódio, as mulheres do GALF decidiram que se “apropriariam” de seu lugar de convívio fazendo um happening na noite de 19 de agosto, que ficou conhecido como o dia do Orgulho Lésbico.
Já em 29 de agosto, dia da Visibilidade Lésbica, ocorreu o 1º SENALE (Seminário Nacional de Lésbicas), em 1996, que já conta com oito edições e hoje é o maior evento deliberativo de lésbicas e bissexuais do Brasil.
Débora Baldin, produtora de conteúdo multiplataforma, começa declarando que não é correto perguntar quem é o homem da relação, já que é uma relação composta por duas mulheres.
“As pessoas tendem a fazer essa pergunta como se fosse uma piada, “quem é o homem da relação?”, mas num relacionamento entre duas mulheres, são apenas elas, não existe isso de homem. Já passou da hora das pessoas pararem de questionar como é a vida sexual de duas mulheres.” afirma Baldin.
“Não existe nada para ser solucionado, não foi uma decepção e muitas vezes mulheres deixam de viver como gostariam por uma pressão social para a heterossexualidade. Uma mulher que é lésbica, não é lésbica por conta de um homem. A orientação sexual é algo localizado no processo de formação das nossas identidades.” explica Débora