Após a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) pedir o cancelamento da série de animação adulta Super Drags sob o argumento de alertar “para os riscos de se utilizar uma linguagem iminentemente infantil para discutir tópicos próprios do mundo adulto”, o Ministério Público Federal de Minas Gerais pediu na quinta-feira (26) que a produção esteja disponível apenas no catálogo geral, e não no menu destinado ao público infantil.
O procurador da República Fernando de Almeida Martins, autor da recomendação, afirmou em nota divulgada ser “necessária a intervenção do poder público para preservar os direitos das crianças, mais propensas a serem influenciadas, principalmente quando se trata do uso de uma linguagem que é, essencialmente, do universo infantil —como é o caso dos desenhos animados”.
Reiterando as justificativas da SBP, o MPF indica que “vários estudos internacionais importantes comprovam os efeitos nocivos, entre crianças e adolescentes, desse tipo de exposição”, lembrando que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) estabelece “a integridade e o respeito à integridade, inclusive com relação aos valores”, além de frisar que a plataforma de streaming deve fornecer a classificação indicativa de todas as suas obras audiovisuais dentro de 30 dias.
O desenho animado conta a trama de três jovens amigos Patrick, Donny e Ramon, funcionários de uma loja de departamento durante o dia, mas a noite se transformam em super drag queens batizadas respectivamente de Lemon Chiffon, Safira Cian e Scarlet Carmesim. Juntas, elas têm a missão de tornar o mundo mais colorido.
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A Netflix informou que “oferece uma grande variedade de conteúdos para todos os gostos e preferências”, ressaltando que Super Drags é dedicado ao público adulto e não estará disponível no catálogo infantil da plataforma.
“A seção dedicada às crianças combinada com o recurso de controlar o acesso aos nossos títulos faz com que pais confiem em nosso serviço como um espaço seguro e apropriado para os seus filhos. As crianças podem acessar apenas o nosso catálogo infantil e colocamos o controle nas mãos dos pais sobre quando e a que tipo de conteúdo seus filhos podem assistir”, ressaltou.