Empresa pede indenização de Frota por calote em boate gay "Não vou desistir"

Alexandre Frota
Alexandre Frota, orgulho gay (Foto: reprodução)

Em 2006 o país experienciava uma época em que as boates gays estavam se consolidando. Nice Pereira era uma empresária brasiliense e, oportunamente, resolveu embarcar no ramo. Faria uma “Festa do Orgulho Gay em Brasília”. A estrela seria Alexandre Frota, que já atuava em filmes pornôs. 

Segundo a Epoca, Frota assinou um contrato com cachê de R$ 2 mil, metade paga logo após a assinatura, metade pouco antes da festa—, fora diárias e passagens de São Paulo. Ele topou fazer no mínimo uma hora e meia de show na “Oficina Dancing Bar”, a 15 quilômetros do Congresso Nacional. Mas Frota não foi. A empresária se irritou e reclamou à Justiça indenização por danos materiais e morais. Só conseguiu sentença favorável para o primeiro pleito.

A parti daí o processo corre no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Segundo autos do processo, Frota é um devedor contumaz, estes devedores causam prejuízos inomináveis ao país. Vale frisar que, o valor da dívida era $30.00, mas saltou para $80,00, consequência de anos de inadimplência.

Frota foi contatado, mas sem êxito. Depois de anos vivendo uma vida ultra liberal, Frota surgiu defendendo uma agenda conservadora. Mas não só isso. Intitulando-se conservador acerca dos costumes, atribuindo-se de um discurso exacerbadamente moralista.

Nice e seu pronunciamento

Não vou desistir. Que isso fique bem claro. Vou recorrer até o STF se for preciso”, afirma Nice Pereira, quase 13 anos após a frustrada festa do orgulho gay de Brasília. Ela diz que o calote de Frota trouxe prejuízos. Perdeu o sócio e saiu do circuito de grandes eventos. Trabalha a “duras penas”. Descarrega indignação com o deputado. “Ele tirou dinheiro de onde até agora? Ganhava da mãe dele? Quem sustentava? Conta no nome dele, ele tem, só não tem movimentação. Ele usava um laranja, com certeza”, diz. Ela nega que queira prejudicá-lo, ou que torça contra o deputado. “Não tenho interesse nenhum em prejudicá-lo. Só quero meu direito. Aliás, quero que ele se dê muito bem, e cumpra com as obrigações, incluindo pagar a quem ele deve. É pura falta de interesse e irresponsabilidade”. Contudo, ela pontua qual será a estratagema: seguirá pedindo ao TJDFT que bloqueie o que resta do salário dele, por volta de R$ 12 mil. “Ele ainda recebe R$ 12 mil líquidos. Por que não? Ele sempre viveu sem esse salário a vida inteira. E R$ 12 mil é muito dinheiro. Para o brasileiro, é. Para mim, é”

Nice Pereira se diz arrependida por ter negociado com Frota. “Era uma oportunidade para se ganhar dinheiro por conta da Semana Gay. Como todo empresário, você vê o lucro. Mas só tive prejuízo”. Ela conta que o contato com ele para assinar o contrato foi “de primeira”. Mas diz que viveu momentos de angústia no dia da festa. “Teve muita briga, teve gente que tivemos que liberar, porque não foi para ver o gogo dancer substituto que arranjamos de última hora, foi para ver Frota. E era a primeira vez do Frota numa boate aqui. Todos queriam vê-lo. Ele estava muito bonito naquele tempo”.

Inscrever-se
Notificar de
0 Comentários
mais antigos
mais recentes
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários