Quase um ano após ser submetida a cirurgia de redesignação sexual, a atriz e modelo Carol Marra contou em recente entrevista ao UOL Universa sobre todo o processo da transição e os sintomas causados pelos hormônios femininos tanto nos efeitos psicológicos quanto físicos. Ela passou pela intervenção em maio de 2017.
“Tem coisas da mulher que vieram no pacote e eu não sabia: tenho TPM, sempre fui magra e agora como um pão e já sinto ele crescer na minha barriga. Comecei a acumular gordura, começou a aparecer uma celulite aqui, outra ali, estou com crise de calor, tenho vontade de fazer xixi toda hora, vontade de comer doce desesperada. Não é fácil ser mulher. Meu manequim era 36 e hoje é 40. Então é uma luta diária contra a balança”, relatou.
Apesar de todos os contras, Marra garante que desta vez está realizada. “Trinta e quatro anos depois, posso dizer que agora sou eu de verdade”, afirmou.
A artista ainda complementa sobre a importância de passar pela mudança da genitália mesmo antes de ter se assumido trans. “Me olho no espelho e não me causa mais um constrangimento pessoal. Já fui massacrada por outras trans, que dizem que temos uma flor diferente entre as pernas e nem por isso deixamos de ser mulheres. Mas eu não me sentia mulher daquela forma. Deus foi muito generoso de permitir mudar a forma que originalmente ele pensou e criou pra mim, então eu me sinto plena e completa sim. Antes me faltava alguma coisa.”
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Intérprete em séries de canais fechados e com uma participação especial na novela Boogie Oogie (2014-2015) da Globo, Carol acredita ser uma profissional versátil. “Posso fazer papéis femininos e masculinos. Fico triste só por me darem papéis trans”, lamentou.
Na sua análise poderia viver qualquer personagem como acontece com outros colegas.“É meio hipócrita, porque tem tanto ator homossexual que faz papel de galã e atrizes lésbicas que fazem papéis de mocinhas. Falta olhar, oportunidade”, finalizou.