Conhecido como “agrogay” nas redes sociais, Odorico Reis, de 33 anos, possui mais de 600 mil seguidores em sua conta do Instagram, e costuma surgir quase sempre com um chapéu rosa, que se tornou sua marca registrada.
Em entrevista ao portal G1, o influenciador digital relembrou as dificuldades que enfrentou com a família antes de ter se assumido gay. Residente em Buriti Alegre, no Goiás, uma cidade com menos de 11 mil habitantes, ele se viu alvo constante de comentários – dentro e fora de casa.
O pai, pecuarista, o levava para trabalhar na fazenda porque achava que isso iria torná-lo mais masculino. Odorico, por sua vez, tinha como planos de esconder a sexualidade até o último dia de vida, mas tudo mudou quando a mãe leu uma conversa dele com o namorado, quando ele tinha 18 anos.
“Meu pai me acordava batendo, quebrando a cama e com umas frases muito difíceis, assim: ‘Prefiro você com câncer do que gay’”, relembrou o influenciador, que contou que sua mãe tentou tirar a própria vida por causa da sua sexualidade, e que chegou em um ponto de ter tentado a mesma coisa, mas foi impedido pelo pai. “Meu pai bate na porta e fala assim: ‘Eu estou com você. Não faz isso’”, lembrou.
Até que, uma declaração feita pelo Papa Francisco (1936-2025), em que defendeu a bênção de casais gays, acabou influenciando a opinião da família, segundo Odorico. Nas redes, ele se define como “agrogay”, inspirado em outro influenciador: Ivan Rangel.
“É um lugar que não existia: ser um gay que fala do agro [nas redes sociais], falo sobre religião também. É engraçado, porque o agro não gosta do gay, o gay não gosta do agro. Na religião, às vezes têm dificuldade de compreender o gay também”, pontuou Odorico.