Apresentador revela detalhes de relacionamento abusivo e fala sobre o tema no meio LGBT

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Rômulo Moreia Reprodução / Instagram

Rômulo Moreira apresentador do programa Quase Normais é jornalista e já produziu diversos ensaios fotográficos para revistas de mulheres nuas. Muito autêntico, Moreira já falou sobre depressão e agora trouxe outro tema importante à tona – relacionamento abusivo.

Rômulo discorreu sobre a temática abordando suas próprias vivências e ainda deu ênfase no assunto dentro do meio LGBT, visto que muita gente acredita que este tipo de relacionamento só acontece com um homem sendo algoz e a mulher a vítima.

“No começo era um conto de fadas, sem a fada, claro. Mas não demorou muito para que os abusos começassem. Começou pelo meu telefone, que ele passou a confiscar as ligações e mensagens recebidas e enviadas -ele respondia por mim- e, logo depois ele assumiu as minhas redes sociais, publicando o que ele achava que seria bom para mim. Então eu comecei a perder o controle sobre a minha vida, o meu trabalho, as minhas vontades. Eu não entendia o que estava acontecendo comigo. Ninguém escolhe ser humilhado, agredido, maltratado. Tudo aquilo que eu estava vivendo havia se tornado normal dentro da relação, é como se eu estivesse sendo ‘punido’ pelo meu pai, pela minha mãe ou pela professora da escola. Eu estava apaixonado pelo meu algoz”, lembra.

“Ele passou a me proibir de falar com os meus amigos, muitas vezes até com a minha família eu era privado de falar. Certa vez, depois de uma briga, seguida de uma ameaça de morte, eu entrei em pânico e liguei para uma amiga. Chorei baixinho e sem poder falar o que estava acontecendo, mas ela entendeu que algo não estava bem e conversamos quase que em silêncio, por alguns minutos, até ser interrompido por ele. Era uma briga por dia, acontecia de tudo. E eu não entendia que estava dentro de uma relação extremamente tóxica e abusiva”, e continua “eu era constantemente obrigado a ter relações sexuais com ele, de quatro a cinco vezes por dia”, revelou o apresentador.

“A imagem que a sociedade tem de relações abusivas é o homem batendo na mulher, controlando a mulher, proibindo a mulher. Não nos vejo preparados para falar sobre esse tipo de relação no meio LGBT e, sim, ela está entre nós. Eu entendo que há algum tipo de ‘proteção’ para que não sejamos ainda mais punidos e condenados pela sociedade. Mas, é de extrema importância o conhecimento público sobre as violências que acontecem entre nós. Não se trata de um casal gay, é o homem cometendo um crime contra o outro. Uma mulher cometendo um crime contra a outra. Não é sobre gênero, é sobre caráter”, alertou. 

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