Cineasta e homem trans, Rosa Caldeira, passou por muitas dificuldades, sobretudo após incorporar o gênero com o qual se identifica. Para Rosa, ser uma pessoa trans é enfrentar adversidades e lidar com o preconceito em sua expressão mais cruel.
“Quantas pessoas trans tem no seu trabalho? No seu bairro? No seu ciclo de amizades? Por que, às vezes, é tão difícil sermos aceitos como somos no lugar de onde viemos?”, questiona o cineasta.
“Costumo dizer que se nem o transporte chega na quebrada, pensa o tanto que a informação demora para encontrar com a favela”, observa. “Só a partir do cotidiano em cada beco e viela que a consciência dos moradores se abre para esse debate: a cabeça pensa onde os pés podem pisar”.
“Quando você sofre um preconceito e vai tentar o apoio da coordenação, a primeira coisa que eles dizem é que você tem que mudar, que você é o problema. Você entende que aquele corpo estudantil não está preparado para receber o corpo trans”, pontua ele, enfatizando a negligência do Estado.