Na praia do Porto da Barra, em Salvador, a trabalhadora autônoma Ilma Bonfim Galo, de 57 anos, tem se tornado um grande sucesso entre as centenas de pessoas que passam pelo local. Com um espaço voltado ao público LGBTQIA+, a barraqueira conquistou o coração de seus clientes, que por se sentirem tão acolhidos, passaram a chamá-la de “Dinda”.
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“Quem me apelidou assim foram eles, pois sempre falavam que frequentavam o Porto, mas não tinham um lugar que pudessem chamar de seu, apesar de ser um público muito assíduo na região. Um dia um cliente veio e falou: ‘você é nossa Dinda, madrinha de todos nós’, e isso pegou. Desse dia em diante só me conhecem como Dinda” disse a vendedora em entrevista à Agência Mural.
Ilma conta que a barraca onde trabalha há mais de 30 anos, agora foi carinhosamente batizada como “Cantinho dos afilhados”. “Aqui foi batizado como o cantinho dos meus afilhados. Eles se sentem acolhidos. E também é uma forma de demarcar o que nós acreditamos. Acreditamos no amor, no afeto e no acolhimento de todas as formas. Que os homofóbicos passem bem longe daqui” conta.
O local que tem sido um ponto de aconchego para aqueles que antes se viam sem ter um lugar onde se sentissem acolhidos, pode ser reconhecida de longe, basta procurar pelas bandeiras arco-íris. Fernando Amorim, de 40 anos, é um cliente fiel de Ilma e frequenta o local há 20 anos, “Temos visto um aumento da violência em todos os espaços. E para nós que somos vistos como minoria, não existem locais mais seguros que outros” disse o contador, ao comentar sobre o fato de que a cidade necessita de mais espaços públicos voltados para as pessoas LGBTQIA+.