Em viagem oficial ao Brasil, o Embaixador francês dos direitos LGBT+, Jean-Marc Berthon, visitou algumas organizações não governamentais voltadas para a diversidade. Um dos locais visitados foi o KuzinhaNem, projeto da CasaNem de combate à insegurança alimentar e geração de renda, que fica na Lapa, centro do Rio.
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Ele foi recepcionado pela ativista Indianarae Siqueira, que fala francês fluentemente, e pode intermediar o encontro entre os presentes. Entre os convidados, estavam a assessora Ariella Nascimento, representando a parlamentar Benny Brioly e o assessor especial da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, o advogado Nélio Georgini, que também é membro da comissão de Direitos Humanos do IAB.
Jean-Marc falou sobre a necessidade de uma aliança internacional para pressionar países que ainda criminalizam a comunidade LGBT+, a serem advertidos, e até penalizados de alguma forma. Indianarae falou sobre as faltas de oportunidades que levam a comunidade no Brasil a se encontrar em situação de vulnerabilidade desde o momento da expulsão de casa até irem morar nas ruas.
Ela também lembrou que os projetos da CasaNem são de suma importância para essa população que vive à mercê da sociedade. Também deu ênfase a outros projetos como a Rebraca LGBT+ e falou das políticas públicas e de inclusão que o governo Lula vem promovendo, colocando a comunidade também como prioridade.
O Embaixador falou do fundo internacional que a França vai destinar para ONGs LGBT+ no mundo inteiro e que suas embaixadas deverão fazer, ao menos uma vez por ano, um encontro com as organizações locais, a fim de produzir relatório sobre a situação da comunidade em cada país. Nélio destacou sobre a importância de projetos, como a CasaNem, e as alianças que ele, como gestor público, tem com essas iniciativas. Mas afirmou que ainda é preciso que se tenha mais verbas para garantir a continuidade do acolhimento LGBT+ nas cidades.
Ariella, comentou sobre a necessidade de formação política da comunidade trans e de sua representatividade no parlamento. O encontro ainda contou com a participação de Lohana Carla, representante do Instituto Trans de Favelas, com sede na Maré.
A França ganhou mais destaque na comunidade LGBT+ nos últimos dias, após o jovem político, assumidamente gay, se tornar o novo primeiro-ministro do país. Esse fato foi relembrado por Indianarae no encontro, que espera poder estreitar os laços entre os dois países, para que juntos, os governos possam avançar em políticas públicas para a comunidade LGBT+ no Brasil.