A violência doméstica é um problema complexo que se manifesta de diversas formas, incluindo violência física, sexual e psicológica, e que ameaça a saúde e os direitos humanos, especialmente das mulheres. Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que uma em cada três mulheres enfrenta violência física e/ou sexual por um parceiro íntimo ao longo da vida. Em contextos globais, até 38% dos assassinatos de mulheres são cometidos por parceiros íntimos masculinos.
De acordo com Andressa Gnann, advogada expert em Direito de Família para mulheres e sócia fundadora do escritório Gnann e Souza Advogados, mãe, além de empreendedora serial e com projetos voltados para o público feminino, esse cenário negativo impacta a saúde física, mental, sexual e reprodutiva das mulheres, aumentando inclusive o risco de ISTs. “Fatores como baixa escolaridade, histórico de maus-tratos infantis e uso prejudicial de álcool estão associados à propensão de homens em perpetuar violência”, acrescenta.
Mulheres também enfrentam um maior risco de sofrer com o problema quando expostas a padrões de abuso durante a infância e atitudes normalizadoras de agressão.
“É essencial reconhecer e intervir precocemente diante desses comportamentos abusivos. Há padrões de comportamento controlador que podem ser indicativos de violência doméstica”, explica. A especialista conta que o controle excessivo, o isolamento da vítima de seus círculos sociais, o monitoramento constante e a restrição de liberdades individuais são sinais preocupantes que merecem ser reconhecidos como potenciais indícios de uma situação abusiva.
Ainda segundo Andressa, identificar esses padrões é crucial. “Amigos, familiares e colegas devem estar atentos a sinais de manipulação e controle, encorajando a comunicação aberta e expressando preocupações caso percebam mudanças no comportamento da vítima. Como advogados, é essencial estarmos sensíveis a esses indicadores ao lidar com nossas clientes, oferecendo suporte e orientação adequados”, conclui.