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História

Importância dos primeiros habitantes das Américas para o protagonismo do Brasil na história da homossexualidade

Thiago Teodoro mostra o que as populações de milhares de anos atrás podem ensinar sobre diversidade

Publicado em 09/07/2023

Você já se perguntou o que existia no mundo há 11.500 anos? Aqui na América, mais especificamente em Minas Gerais, havia o Povo de Luzia, cujos fósseis foram encontrados em Pedro Leopoldo e até hoje suscitam pesquisas sobre sua existência.

Nascido na cidade em que a primeira ocupação humana do continente foi descoberta, o escritor e pesquisador Thiago Teodoro decidiu se aprofundar na trajetória dos antepassados que viveram no Brasil muito antes dos indígenas.

Ele fez investigações in loco em sítios arqueológicos, analisou os trabalhos acadêmicos e tomou para si o trabalho de resgatar a história do país.

1 – Você nasceu e mora em Pedro Leopoldo, cidade onde foram encontrados os fósseis desse povo. Como você começou a se interessar por esse aspecto da história da sua cidade?

Thiago Teodoro: Sempre fui apaixonado por geopolítica, história… E fiquei indignado quando descobri sobre o Povo de Luzia e o grande desinteresse do meu país para com nossa origem. No lugar de Pedro Leopoldo ser um ponto turístico internacional, somos polo cimenteiro. O Brasil precisa se conhecer além de Portugal para se sentir grandioso! E o Povo de Luzia tem muito a nos ensinar sobre o respeito para com a diversidade.

2 – Sua pesquisa começou pelo Povo de Luzia, primeiros habitantes das Américas cujos fósseis foram encontrados em Pedro Leopoldo. Quem foi esse povo? Por que resgatar a história dele?

T.T.: Crescemos admirando a grandeza dos antigos egípcios, gregos, etc. Mas víamos o passado brasileiro como algo arcaico diante dessas culturas. No entanto, através das descobertas que tenho feito sobre o Povo de Luzia, proponho não um grupo isolado e frágil, mas uma civilização espalhada por grande parte do que hoje é o Brasil, e que mantinha comércio e política com outros povos. E apresento as provas disso!

3 – O livro “A Banda Sagrada de Tebas” é resultado dessa pesquisa, em que você também trata de deuses brasileiros como Anhangá e Acauã. Como os dois estão conectados com a história da homossexualidade?

T.T.: Há algo intrigante: todas as antigas culturas, por mais distantes que estivessem, contavam as mesmas histórias. Só que com outros nomes e detalhes. Não foi diferente com o Povo de Luzia que habitou o Brasil antes dos indígenas e legou-lhes seus deuses, que podem ser encontrados em outros panteões. A diversidade presente nas divindades legitimava essa diversidade presente nos homens.

4 – No livro, você também fala sobre Antínoo, amante do imperador Adriano que ganhou a própria religião. O que a figura de Antínoo representa para os dias atuais?

T.T.: Diferente dos outros deuses gays, Antínoo existiu em carne e osso. E sua deificação após a morte não aconteceu por puro capricho de Adriano. Desde o nascimento desse menino, viam em sua história o cumprimento do mito de Ganimedes (que chamamos de constelação ou signo de Aquário, a personificação da homossexualidade). A Era astronômica de Aquário/Antínoo que estamos adentrando simboliza todos os gays!

5 – “A Banda Sagrada de Tebas” resgata histórias mitológicas de deuses LGBT+. O que o levou a escrever sobre esse tema?

T.T.: Escrever sobre isso era tudo o que eu não queria quando comecei meu trabalho de pesquisa sobre o que havia antes dos indígenas. Mas esses deuses LGBTQIA+ estavam lá, no meio do caminho. De repente, me vi diante de um espelho. E assim começou meu processo de aceitação, de desfazer-me da homofobia aprendida.

6 – Na sua opinião, qual a importância de falar para a população LGBT+ sobre esses deuses?

T.T.: No Brasil, mesmo quando um LGBTQIA+ aceita sua natureza, tende a manter pensamentos homofóbicos e a ter crises existenciais, pois vivemos no país mais cristão do mundo. E a homofobia é uma criação das religiões abraâmicas. Apenas através do conhecimento histórico, científico e mitológico podemos realmente nos despir do ódio e sermos plenos. Meu livro mescla essas três coisas propositalmente.

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