Renata Pallotini, poeta, dramaturga, contista, romancista e ensaísta morreu na manhã desta quinta-feira (8). Ela estava internada no Hospital Santa Catarina, em São Paulo, lutando contra um mieloma.
As informações a respeito do falecimento da artista são do portal Terra, que ressaltou também que o velório ocorreu nesta tarde, das 13h às 15h.
Pallottini chegou a cursar Direito na Universidade de São Paulo (USP) entre 1949 a 1953. Renata também estudou teatro na França. Atuando em várias áreas, a artista se encontrou profundamente na poesia. Chegou, inclusive, a receber o Prêmio Jabuti de Literatura em 1977, concedido pela Câmara Brasileira do Livro.
Alguns artigos apontam Renata como uma mulher lésbica que vivenciou o período atroz da ditadura no Brasil, no qual artistas que tinham o intento de questionar os costumes sociais, a política de forma geral e a religiosidade dominante eram cerceados.
Em 2017, pesquisadores resgataram a Poesia LGBT brasileira e compilaram obras que deram vida a uma antologia. Nesse sentido, a Poesia Gay Brasileira traz uma antologia cuja intenção é justamente reunir poemas de temática LGBT produzidos por escritores brasileiros. Poemas da dramaturga Renata Pallottini e Glauco Mattoso estão presentes no trabalho. O prefácio foi escrito por Jean Willys.
Renata – DUAS SENHORAS, o amor lésbico entre mulheres maduras.
(…)
No entanto o seu destino, de ambas, é o mesmo:
Subirem para algum lugar, a esmo.
Por um momento, param e se beijam.
Sabendo que não existe ali ninguém que as veja.
E se as vissem, que importa? São uma e diferentes
E amantes e felizes, culpadas e inocentes.
Buscam só uma luz, que seja sua:
Sentir-se amada é ver nascer a lua.
( Renata Pallottini)