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Homofobia tirando vidas: Justin Fashanu, primeiro jogador de futebol a se declarar gay

Até hoje, seu nome é lembrado com carinho por torcedores do Norwich City

Publicado em 25/04/2022

Meses após se declarar gay, Joshua Cavallo, do Adelaide United, tem recebido ameaças e insultos nas redes sociais, sempre com teor homofóbico. Isso em 2022. John Cavallo é um futebolista australiano que atua como lateral-esquerdo e meio-campista. O atleta Carl Nassib mudou a NFL para sempre em 2021. Ele foi o primeiro jogador da liga de futebol americano a se declarar abertamente gay.

No esporte, sobretudo no futebol, local de afirmação da masculinidade, ficar no armário parece ser a alternativa atinente aos esportistas, mas é sempre a que mais traz sofrimento. Como diz a música do Dr. Sin, de 1997, “Futebol, Mulher & Rock’n Roll meu Deus como isso é bom. Eta, eta, eta, brasileiro quer….” Essa canção foi um hino para juventude masculina. Os novatos entoavam satisfeitos o verso – “Ficou na minha frente, é no meio das pernas.” Os jogadores, comumente ídolos dos rapazes recém-chegados ao período das descobertas sexuais, se orgulhavam de trocar de mulher como quem troca de roupa. Era até lisonjeiro ser flagrado pelo paparazzi com alguma prostituta e chegar nos treinos com cheiro de mulher.

Agora, como sair do armário em um ambiente desse? Ou melhor, como revelar a sexualidade nos anos 80/90? Como fazer isso sendo um jogador de futebol?

Em 1990, Justin Fashanu foi o 1º nome de uma liga de expressão a declarar abertamente a sua homossexualidade. Ele estava com 29 anos e fez a declaração na revista The Sun.

Fashanu, atacante inglês que viveu anos sublimes no futebol de seu país, mas acabou derrotado, em grande parte, pelo preconceito que solapou a sua autoestima.

Vida – Dor e Glória

Com a vida difícil desde o início, o esportista foi abandonado pela mãe em um orfanato, ao lado de um de seus irmãos, John. Na adolescência, mesmo sofrendo a discriminação massiva dos colegas da escola, chamou atenção como jogador e acabou parando nas divisões de base do Norwich City, então clube da primeira divisão inglesa.

Com uma carreira gloriosa à frente, aglutinou uma boa grana e fez o seu nome. Depois, com a boataria sobre sua homossexualidade vir à tona, o declínio da carreira estava por vir. A situação ficou ainda mais escabrosa, quando começaram as especulações sobre Justin frequentar boate gay. O técnico Brian Clough chegou a proibir o jogador de entrar em campo e até mesmo de treinar com o restante da equipe. Até a polícia foi chamada para tirá-lo de perto dos outros jogadores quando ele tentou voltar aos treinos.

Ele, então, acabou vendido ao Notts County, onde ficou até o ano de 1985. Quando resolveu revelar ser gay em 1990 foi capa do The Sun. Nesta época, Fashanu não pediu licença para decolar e falou tudo. Disse que se relacionou com David Atkinson, porta-voz do Partido Conservador no Parlamento Britânico, o que foi corroborado pelo político, que era casado com mulher.

Sua carreira no Nottingham Forest acabou porque ele era gay. Ninguém o contrataria se soubesse que ele era gay“, disse o documentário sobre a sua vida. A orientação sexual do talentoso jogador foi a sua companheira durante os anos subsequentes. Ele passou por vários clubes, mas sem formalizar com nenhum.

Para completar, foi acusado de um estupro por um jovem de 17 anos. A acusação foi o estopim para a tragédia que estava próxima.

Dois meses depois, Fashanu foi encontrado morto em sua própria casa, na cidade de Londres. Assim como grandes nomes que deram fim à própria vida, Justin deixou uma carta.

“Eu percebi que já havia sido considerado culpado. Não quero mais ser uma vergonha para minha família e meus amigos. Ser gay e uma personalidade é muito difícil, mas não posso reclamar disso. Queria dizer que não agredi sexualmente o jovem. Ele teve sexo consensual comigo e, no dia seguinte, me pediu dinheiro. Quando eu recusei, ele falou ‘espere e você vai ver só’. Se esse é o caso, eu ouço vocês dizerem, por que eu fugi? Bom, a Justiça nem sempre é justa. Senti que não teria um julgamento justo por conta da minha homossexualidade“.

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