Uma decisão judicial feita em Uberlândia, Minas Gerais, permitiu o início ao tratamento com bloqueadores hormonais a uma adolescente de 12 anos. O direito foi concedido na última terça-feira (1º) e veio como resposta à uma ação civil, movida por causa da resistência do pai da menina a permitir o processo de transição.
A sentença foi tomada pela Justiça após o promotor Jadir Cirqueira de Souza ouvir o posicionamento de diversas pessoas, incluindo a equipe multidisciplinar da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e a própria adolescente. O Hospital das Clínicas da UFU possui o primeiro ambulatório do estado voltado para o atendimento a pessoas trans.
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A equipe confirmou o diagnóstico da garota e informou que o tratamento com bloqueadores, além de ser preventivo, é reversível. Eles impedem que a criança desenvolva características muito claramente masculinas ou femininas e permitem que ela possa vivenciar a adolescência de acordo com o gênero com o qual se identifica. Isso assegura sua saúde física e mental, sem passar pelo trauma que a puberdade lhe causaria.
Entre os 16 e 18 anos, o bloqueio pode ser revertido, se for do desejo da jovem. Caso ela continue se reconhecendo e afirmando como transgênero, só então ela poderá iniciar o tratamento com os hormônios que entram em conformidade com sua identidade de gênero.