Mãe e filha posam juntas e são abordadas por fiscal: "Qual problema se fôssemos um casal?"

Mãe e filha posam juntas e são abordadas por fiscal
Mãe e filha posam juntas e são abordadas por fiscal (Arquivo pessoal)

Karina Ramos tirou uma foto com a mãe, Mariléia, em Fernando de Noronha, na sexta-feira (11), e após o registro acabou passando por uma situação constrangedora. Ambas, confundidas com um casal, foram abordadas por um fiscal do local. As duas relataram o caso ao G1.

“Ele não foi grosseiro, mas chegou perguntando ‘vocês conhecem as regras do Parque?’ e achamos que podíamos ter feito algo de errado, nadado em alguma área imprópria. Daí ele falou: ‘é porque eu recebi uma queixa de um pessoal ali de cima por conta do ato entre as duas mulheres’. Ninguém entendeu”, contou Karina, que estava acompanhada do marido.

“Minha mãe falou ‘só pode ser a hora que fui tirar uma foto contigo, filha’. Depois, ela disse a ele que não tinha ato nenhum, que éramos mãe e filha. Ele tentou despistar o assunto, falou que era para a gente esquecer que aquilo tinha acontecido. Eu perguntei se teria problema se realmente fôssemos um casal e ele disse que não era para se preocupar, porque não era o caso”, afirmou.

Eu já me dei conta na hora que era por conta de algo preconceituoso, homofóbico. A gente estava viajando há seis dias, cada uma com seu marido, e não tinha acontecido nenhum problema. Quando dissemos que éramos mãe e filha, eu vi que ele [fiscal] ficou todo sem jeito”, destacou.

Após a situação vexatória, Karina percebeu que seu carro tinha sido atacado. “Fomos para a delegacia de Noronha, porque o pessoal começou a dizer para a gente ir, porque soubemos que o local tinha câmeras e queríamos ver o que tinha acontecido. Quando chegamos lá, não houve nenhum grande interesse sobre isso. Por duas vezes, o funcionário da delegacia disse que o BO não iria nos isentar de pagar o prejuízo do veículo”, afirmou ela, que registrou o BO.

O local se manifestou e deixou claro que repudia qualquer ato de preconceito. “Como forma de se solidarizar e demonstrar acolhimento, repudiando toda e qualquer forma de discriminação que a família possa ter sofrido”, asseverou a EcoNoronha, por meio de uma nota.

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