Renan Quinalha é advogado e ativista em defesa dos direitos humanos e, através de uma entrevista ao Sul 21, delineou a realidade do LGBT hoje dentro da política, além de falar sobre o governo atual e seus impactos, no que tange à pauta LGBT.
“A eleição do Bolsonaro já era o coroamento de um processo de crescimento e naturalização da violência contra LGBTs. A democracia brasileira já vinha num processo de “desdemocratização” e de crescimento do autoritarismo bastante fortes desde 2016. Houve o projeto de teto de gastos do Temer em 2017, com uma série de outras medidas que também vinham fechando os espaços de participação de controle democrático do Estado”, avaliou.
“Mas há também um movimento organizado constituído. O movimento LGBT nunca foi tão plural, tão diverso e tão capilarizado como é hoje. Há reações importantes desde a época das eleições, o que deixou um caldo de organização e resistência que se seguiu. É um movimento que está se repensando, por que tem menos espaços institucionais”, ressalta.
“É um momento de crise, mas em que tudo isso também está posto para ser reconstruído, então pode ser animador em relação às possibilidades de criação de novos modos de compreender e fazer política”, finaliza.