Ao participar do programa “Roda Viva” da TV Cultura nesta segunda-feira (23), o governador do estado de São Paulo João Doria (PSDB) afirmou não se arrepender do ato de recolher as apostilas de Ciência indicadas para alunos do 8º ano do ensino fundamental, que possuem entre 13 e 14 anos. O material didático que falava sobre a identidade de gênero foi recolhido das escolas no ano de 2019.
“Discutir é uma coisa, impor didaticamente um tema é outro. Existe identidade de gênero, mas você não pode impor isso a uma criança que frequenta uma escola. Pode debater esse tema, mas impor com material didático não. Nisso não houve nenhum arrependimento” afirmou o governador. No ano em que retirou as apostilas das escolas, João Doria fez uma publicação em suas redes sociais dizendo que havia ocorrido “um erro inaceitável” no material liberado.
“Fomos alertados de um erro inaceitável no material escolar dos alunos do 8º ano da rede estadual. Solicitei ao Secretário de Educação o imediato recolhimento do material e apuração dos responsáveis. Não concordamos e nem aceitamos apologia à ideologia de gênero” disse em seu Twitter.
“O termo gênero passou a tomar relevância internacional ao ser usado oficialmente, pela primeira vez, na Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, coordenada pela ONU, em 1994” diz Marina Sperafino, mestre em gênero, Desenvolvimento e Globalização pela Escola de Economia e Ciência Política de Londres (LSE) em entrevista publicada pelo Ecoa. “A identidade de gênero é a forma pela qual eu expresso o gênero com o qual eu me identifico” diz a TransAtivista e Secretaria de articulação política da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Bruna Benevides, também em entrevista para o Ecoa.