Várias indagações vêm à tona quando a pauta na mesa é sexo gay. Muitos querem saber quem é o ativo e passivo na hora da transa, uma dúvida extremamente recorrente. Porém, o assunto também surge permeado de preconceitos e algumas perguntinhas mais indecorosas como – “Quem é o homem da relação?”.
Mas esses questionamentos não estão inseridos somente fora do meio LGBT+, dentro da comunidade essas categorizações também imperam. Aliás, não é novidade para ninguém que LGBTs, muitas vezes, são colocados naquelas caixinhas estereotipadas – “o sarado”, “o dominador”, “o fora do padrão”, “afeminado”, e por aí vai.
Nesse sentido, para aclarar estes conceitos de ativo e passivo, sobretudo todo o ego que envolve estas atribuições, o Observatório G conversou com o psicanalista Francisco Daudt que, de forma precisa e desenrolada, nos concedeu suas observações acerca do tema.
“Os ativos se sentem mais homens e os passivos são vistos como mais femininos. Ou seja, também existe machismo dentro do meio LGBT: enquanto um ativo se orgulhará de sua macheza, um passivo pode se envergonhar de ter características do sexo oposto”, começou.
“A identidade masculina é construída desde cedo em contraste com a feminina: muscularidade, esportividade, agressividade, pró-atividade, liderança, dominância, decisão, poucas palavras e… atividade como características masculinas. Fragilidade, delicadeza, submissão, hesitação, muitas palavras e… passividade como características femininas.”
“De tal forma que um menino com o segundo grupo de características não será chamado de “viadinho” pelos bullies pré-adolescentes, e sim de “mulherzinha”. A questão de orientação sexual só entrará em pauta iniciada a adolescência.
Eis a razão, segundo minhas observações”.