Cultura

Psicóloga manda a real sobre os termos - Cringe, millenials e geração Z

O “cringe” de hoje é o cafona, o out, o demodê, e o jacu de antigamente

Billie Eilish
Billie Eilish (Foto: Reprodução)

O termo tem origem inglesa e é utilizado como uma gíria para se referir a certas situações constrangedoras, na visão dos mais novinhos. Isto é, em tradução livre – “vergonha alheia“, ou, no jeito cringe de dizer, “cafona”, demodê e por aí vai. A psicóloga Maria Rafart falou um pouco sobre estes novos termos que a nova geração tem usado.

Os jovens de hoje gostam do luxo. São mal comportados, desprezam a autoridade. Não têm respeito pelos mais velhos, passam o tempo a falar em vez de trabalhar. Não se levantam quando um adulto chega. Contradizem os pais, apresentam-se em sociedade com enfeites estranhos. Apressam-se a ir para a mesa e comem os acepipes, cruzam as pernas e tiranizam os seus mestres‘. “Estas frases, que poderiam se referir a qualquer situação atual, são atribuídas ao grego Sócrates, o filósofo que viveu 400 anos antes de Cristo… Os conflitos geracionais já acontecem há muito tempo, portanto“, inicia.

A adolescência é um período desafiador e de grandes descobertas. O jovem questiona o ambiente de onde veio, coloca muitas dúvidas em suas certezas anteriores, e tem energia de sobra para tentar mudar o que está ao seu redor. A expressão “no meu tempo”, é uma espécie de lugar seguro para o nosso ego. É um lugar onde já fomos jovens, nosso corpo respondia bem a qualquer estímulo, e a vida parecia ser bem melhor. 

É bastante lógico, portanto, defendermos com unhas e dentes os tempos em que achamos que tudo estava “muito melhor”. É uma autoafirmação de que aquilo que vivemos ainda vale a pena. A brincadeira do “cringe” em a ver com confronto geracional. Confrontar não é necessariamente brigar, mas é defender o seu ponto de vista e achar que é melhor do que o outro. Isso acontece desde sempre. O “cringe” de hoje é o cafona, o out, o demodê, e o jacu de antigamente. Mesmo que os gladiadores desta luta “cringe” sejam os millenials e a geração Z, isso também dá o que pensar aos mais velhos“.

Para uma nascida nos anos 1960 como eu (em dezembro de 1963, para ser exata), muitas imagens chegam à cabeça: a mãe enrolando o cabelo com bobbies, a família assistindo à chegada do homem na lua com a primeira tevê da família, ou a pintura a guache da bandeira que estragou a lataria do carro do vizinho para comemorar o Brasil campeão na copa de 1970. A gente também teve nossos momentos cringe“, disse a especialista.