Daniel Sampaio, psiquiatra português que é referência em estudos sobre juventude, sexualidade e família, lançou recentemente o livro Um Amor que Não se Diz, ao qual propõe uma reflexão profunda sobre os rótulos da sexualidade moderna.

Em entrevista ao jornal português Expresso, o autor defende que a orientação sexual pode mudar ao longo da vida, desafiando visões rígidas sobre o desejo e a identidade. Segundo ele, “toda a vida acompanhou terapeuticamente pessoas que se debatiam com questões sobre a orientação sexual”.

Na obra, que mistura ficção e ensaio, o psiquiatra defende que o amor é mais complexo do que as categorias que tentam defini-lo. Além disto, ele ressalta que o peso do silêncio e da repressão em torno da diversidade sexual, lembrando que a homofobia ainda é uma das principais causas de sofrimento psíquico entre jovens LGBTQIA+. “Essas pessoas sofrem mais de depressão e ansiedade e têm mais tentativas de suicídio”, alertou.

Daniel Sampaio reforçou, ainda, que sua defesa não tem é associada a “terapias de conversão” ou tentativas de mudar quem alguém é, mas pelo foco na escuta, no acolhimento e no direito de viver o desejo de forma autêntica, sem sentimento de culpa.