A retificação de nome e gênero nos registros civis é um direito das pessoas trans, travestis, transexuais, homens e mulheres trans e pessoas não-binárias no Brasil. Em 2018, o Supremo Tribunal Federal se pronunciou a favor da histórica demanda da comunidade trans. Contudo, a burocracia e os custos envolvidos neste processo ainda oferecem barreiras à efetivação deste direito, especialmente entre pessoas trans economicamente vulneráveis, negras e com vínculos sociais fragilizados.
Nesse sentido, como em 17 de maio comemora-se o Dia Internacional Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, em Mesquita, uma homenagem à data será realizada nesta terça-feira, dia 18. Na Clínica da Família Jacutinga, uma roda de conversa entre os funcionários está marcada para acontecer às 14h. Isto é, em parceria com a Coordenadoria de Diversidade Sexual, a Clínica da Família Jacutinga promove encontros com funcionários para evitar a evasão da população trans no sistema de saúde.
“Fico muito orgulhosa porque é exatamente isso que a gente quer. Mesmo antes da pandemia, em função da necessidade de manter o atendimento, não dava para a gente juntar todos os profissionais de saúde em um encontro. A ideia é mesmo que cada unidade mande seus representantes nessas ações e, depois, repassem as informações a todos os demais colegas. E eu, sempre que puder, farei questão de participar dessas reuniões específicas de uma unidade”, avisa Paulinha Única, que é uma mulher trans e representa a Coordenadoria de Diversidade Sexual no governo municipal.
“Não é um favor que se faz quando você respeita o direito de uso do nome social. Ao contrário, isso é um dever. Quando você não trata a população trans de maneira adequada, acaba afastando ela do sistema de saúde. Isso é péssimo para as pessoas trans, que podem ficar com a saúde em risco, e para o município, que pode não conseguir desenvolver um trabalho preventivo adequado nesse público. Todos perdem”, avalia Anacleia Ferreira de Carvalho, gestora da clínica da Família Jacutinga