Vereador usa tribuna para criticar curso de sexualidade e gênero: "Querem afeminar os nossos homens e masculinizar nossas mulheres"

Vereador de Sorocaba, Luis Santos (Pros) polemiza ao discursar sobre a comunidade LGBT — Foto: Reprodução/TV Câmara Sorocaba
Vereador de Sorocaba, Luis Santos (Pros) polemiza ao discursar sobre a comunidade LGBT — Foto: Reprodução/TV Câmara Sorocaba

O pastor Luis Santos (Pros) usou a tribuna da Câmara de Sorocaba (SP) para se manifestar contrariamente a um curso de gênero e sexualidade. A polêmica ocorreu na quinta-feira (16). O curso, cujo intento é informar sobre questões que permeiam a sexualidade, é oferecido pela administração municipal para diretores, vice-diretores e coordenadores escolares da cidade.

No início do discurso, o parlamentar invocou o argumento utilizado pelo senso comum. Disse que o curso tem como objetivo transformar LBGTs em um grupo de cidadãos especiais. “Tem um requerimento que quer estabelecer uma estrutura para transexualizar os nossos jovens, ou seja, afeminar os nossos homens e masculinizar nossas mulheres. Só para transformarem eles em massa de manobra. Porque depois abandonam”, disse.

Luis Santos disse que respeita o adulto que toma a decisão em se transexualizar. Porém, é contrário que assuntos relacionados à ideologia de gênero e sexualidade sejam abordados com crianças e adolescentes dentro das escolas. (Veja no G1 o discurso na íntegra)

Em entrevista ao G1 por telefone nesta sexta-feira (17), o vereador disse que tudo que ele fala agora é “ilegal, imoral”. Contudo, reiterou o que foi dito no pronunciamento na câmara.

“Eles estão querendo transexualizar crianças, estão querendo ensinar essa doutrina nas escolas, fazendo a cabeça de nossas crianças e adolescentes. Ficam gastando tempo e dinheiro com curso para ensinar essa doutrina nas escolas enquanto temos outras coisas mais importantes. Eu vou para a tribuna contra isso mesmo, esse processo de transexualização de nossas crianças e adolescentes que eu sou contra.”

Nota da classe LGBT

A presidente do Conselho Municipal das Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgenêros (CMDLGBT) de Sorocaba, Luciana Leme, emitiu uma nota de repúdio à imprensa sobre o caso.

“O CMDLGBT lamenta que na casa de leis exista um ser humano ardiloso, repudiamos com veemência a fala dele “Cidadão Especiais”. É provado cientificamente que quanto mais se persegue LGBT, mais se tem vontade de viver uma relação homossexual. São anos de perseguição sem sucesso, ele foi diversas vezes lesbofóbico e transfóbico, destila seu veneno, estimulando o ódio”.

Ainda em nota, a presidente ratificou que exige retratação e pedido de desculpas.
“Iremos cobrar a todo legislativo e também as estâncias superiores da cidade, do estado de São Paulo, iremos representar este senhor no supremo se for o caso”, finaliza.

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