Visibilidade Lésbica: Mídias alternativas ao dia do Orgulho Lésbico

Lésbicas
Lésbicas (Foto: reprodução)

Para estabelecer uma espécie de contracultura, mídias alternativas forma inseridas dentro da imprensa. Desse modo, O Lampião da Esquina, foi um jornal transgressor homossexual brasileiro que circulou durante os anos de 1978 e 1981. Nessa direção, foi exatamente esse contexto alternativo e inovador que acabou desencadeando o Orgulho Lésbico.  

Nesse sentido, publicações com o intento de impelir o Movimento Lésbico também ganharam espaço. O boletim Chanacomchana foi uma publicação dos coletivos que formaram os grupos Lésbico-Feminista – LF (1979-1981) e Ação Lésbica-Feminista – GALF (1981-1989). A única edição tablóide do título foi publicada no início de 1981, pelo primeiro coletivo (LF).

Na verdade, o jornal era vendido e distribuído no Ferro’s bar, comumente frequentado por lésbicas. Todavia, as publicações não foram aprovadas pelo dono do bar, o que resultou na expulsão das mulheres em 1983. Essa repressão originou o Stonewall brasileiro. Além do mais, como resposta a esse episódio, as mulheres do GALF decidiram que se “apropriariam” de seu lugar de convívio fazendo um happening na noite de 19 de agosto.

Orgulho Lésbico

Este levante acabou desencadeando o dia do Orgulho Lésbico. Sendo assim, no dia 19 de agosto, comemora-se o dia do Orgulho Lésbico em São Paulo. Nesse sentido, em entrevista, Miriam Martinho, uma das pioneiras do movimento homossexual, contou sobre aquela noite no Ferro’s Bar:

“Lembro que tive muito medo da polícia aparecer e nos levar presas. Tive medo da imprensa também. Não era muito confortável aparecer nas páginas dos jornais na época. Mas organizamos tudo de forma a minimizar os riscos: chamamos os grupos gays da época e algumas feministas para dar apoio. A vereadora Irede Cardoso foi uma das parlamentares pioneiras no apoio aos direitos homossexuais no Brasil, pedimos cobertura da OAB, chamamos a imprensa.”

“Chegamos no dia 19 de agosto e tentamos entrar no Ferro’s. O porteiro fechou a porta para que a gente não entrasse. Passamos a conversar com as mulheres que estavam do lado de fora do bar, juntamos gente, mais os grupos que estavam dando apoio, tentamos de novo. O porteiro enfiou a mão na cara de uma das integrantes do GALF, pela porta entreaberta. Um homem aproveitou e jogou fora o boné do porteiro, ele se distraiu e entramos todos”, disse.

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