Bom Saber

Identifique profissional habilitado a atender você!

existem normas mundiais para qualificar profissionais de saúde na atenção às pessoas LGBTQIAP+

Reunião da Santa Casa
Reunião da Santa Casa com representantes da Secretaria de Saúde e da comunidade LGBTQ+ (Foto: Divulgação/Assessoria)

Atender as pessoas nos serviços de saúde é diferente de atendê-las na agência bancária, ou na padaria, ou no açougue. Profissionais de saúde socorrem quem está, de alguma forma, em situação de fragilidade. Física, emocional, espiritual, isoladamente ou em combinação.

As pessoas LGTQIAP+ estão sujeitas ao estresse de minoria. Nome técnico para a situação onde o fato de se pertencer a uma parcela minoritária da população causa lesão emocional. Esta, com frequência, leva ao uso de substâncias tóxicas (legais ou ilegais) e a comportamentos de risco. Não é incomum ser o “gatilho” que vai levar a um desequilíbrio psiquiátrico.

Quem atende esta população tem que ter atenção às características dela. Como deve ser?

Segundo a “Associação Mundial Profissional para a Saúde Transgênera”, os seguintes aspectos têm que ser observados.

Princípios gerais

Tenha uma atitude inclusiva: batalhe para que o acesso aos serviços de saúde exista de fato para todas as pessoas.

Tenha uma atitude empoderadora: atue de forma que a pessoa atendida seja dona de si, do seu destino e apta para enfrentar as adversidades

Respeite a diversidade: L não é superior a G, que não é superior a B, que não é a T… Nenhuma identidade de gênero ou orientação afetiva é u ma doença. Nenhuma é melhor que a outra – nem mesmo a cisgênere e heteroafetiva.

Respeite os direitos humanos: o direito à integridade física e à integridade mental; direito à autonomia (agir conforme o seu interesse e não o do outro) e à autodeterminação (a pessoa é que se define enquanto CH ou LGBTQIAP+); ausência de discriminação de qualquer natureza; direito à melhor atenção à saúde possível.

Envolva a comunidade.

Dê suporte individual e familiar em todos os ambientes (família, escola, trabalho, etc).

Como criar um serviço de saúde especializado

Envolva as pessoas LGBTQIAP+ na sua criação, no seu planejamento.

Preste atenção a fatores sociais, legais, culturais e econômicos que possam ter impacto no cuidado e no acesso ao serviço.

Rejeite qualquer atitude direta ou indireta que tenha o objetivo de “curar” a diversidade de gênero ou de orientação afetiva.

Características do serviço

Aprenda sobre as necessidades de saúde da população, principalmente naquelas que são únicas.

Domínio científico da área de atuação: clínica, cirúrgica, psicológica, social.

O apoio profissional deve ser direcionado aos alvos da pessoa que é atendida, e não aos interesses de quem atende.

O foco é a saúde e o bem-estar, não a disforia de gênero (que nem sempre está presente).

Se necessário, atue para reduzir danos.

A pessoa atendida deve ter participação ativa em todas as fases do processo.

Trabalhe para melhorar as experiências técnicas e administrativas de todas as pessoas envolvidas na atenção, sejam profissionais de saúde ou não.