Nesta última terça-feira (27), o ministro Paulo Guedes deu declarações polêmicas na reunião do Conselho de Saúde Complementar. Entre as falas, ele chegou a afirmar que o estado tinha quebrado e que diante de toda a escassez de recursos, o poder público não teria condições de arcar com os custos da demanda por atendimento na área da saúde. O ministro chegou a dizer que seria “impossível” atender toda a procura que está acontecendo.
Paulo Guedes também fez afirmações referente a capacidade de atendimento versus a idade da população:
“Todo mundo quer viver 100 anos, 120, 130 [anos]”, declarou o ministro da economia, dando a entender que a razão da economia de estar indo de mal a pior, não é por conta da pandemia, não é por conta da competência do ministro da economia, e “sim” nossa, por nós brasileiros querermos viver mais.
Guedes também desqualificou os chineses, afirmando que eles tinham inventado o vírus e que tinham a vacina menos efetiva do que a dos americanos. Vale ressaltar que a China é o nosso maior parceiro comercial no mundo, e a vacina mais aplicada em nosso país é uma colaboração do instituto Butantan (São Paulo) com os chineses. A comparação da eficácia realizada pelo ministro ganhou repercussão negativa entre especialistas, uma vez que todos os testes clínicos foram realizados em condições diversas e foram aprovados.
Em sua defesa, o ministro favorito do presidente Jair Bolsonaro afirmou que não tinha conhecimento de que a reunião estava sendo gravada e transmitida pelas redes sociais. Ao ser informado no decorrer da gravação, ele chegou a solicitar para não ser enviado ao ar, mas já não tinha mais tempo de ser corrigido. Por mais que ele não tenha afirmado de qual vacina ele se tratava, a principal vacina do nosso país é a Coronavac, desenvolvida pela parceria entre os laboratórios Sinovac e Butantan, a mesma vacina que a há um mês ele teve a oportunidade de ser vacinado com a primeira dose.
Sobre a questão da origem do coronavírus é incerto afirmar que ele foi produzido pelos chineses, pois não há qualquer evidência que comprove essa afirmação. Ao nos basearmos, apenas por ouvir os primeiros casos acontecidos no país, podemos alimentar um discurso de ódio de maneira equivocada. Para completar o cerco, o ministro Luiz Eduardo ramos disse que se vacinou escondido por orientação do próprio Planalto.