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Dezembro Vermelho faz alerta sobre prevenção ao HIV/AIDS

CROSP destaca a importância do diagnóstico precoce por meio, inclusive, de alterações orais

Símbolo da luta contra o HIV/Aids (Foto ilustrativa)
Símbolo da luta contra o HIV/Aids (Foto ilustrativa)

o mês de prevenção ao HIV/AIDS, o CROSP alerta sobre as várias manifestações associadas à AIDS, entre as quais, as alterações orais, que são frequentes e impactam significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Reconhecer tais manifestações é muito importante para um diagnóstico precoce e um plano de tratamento eficaz. O diagnóstico de algumas lesões pode ainda ser fundamental para a descoberta da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV).

Antes de pontuar as manifestações da doença, sobretudo orais, é preciso lembrar que a AIDS é a doença causada pela infecção do HIV. Esse vírus ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças.

De acordo com a Cirurgiã-Dentista e secretária da Câmara Técnica de Patologia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dra. Ana Lia Anbinder, as lesões mais comuns, associadas à AIDS são a candidose, leucoplasia pilosa, o sarcoma de Kaposi, o eritema gengival linear, a gengivite necrosante, a periodontite necrosante e o linfoma não Hodgkin. “Nenhuma das lesões descritas é exclusiva de pacientes com HIV/AIDS; no entanto, todas elas apresentam uma prevalência e gravidade mais elevadas em comparação com pacientes sem HIV, em alguns casos, associadas ao uso de terapia antirretroviral“.

Dra. Ana explica que com o surgimento de terapias antirretrovirais (medicamentos utilizados para o tratamento de infecções por retrovírus, especialmente o vírus da imunodeficiência humana), a prevalência de algumas manifestações orais relacionadas ao HIV diminuiu, especialmente aquelas associadas a contagens mais baixas de células CD4, como candidose, leucoplasia pilosa e sarcoma de Kaposi.

Por outro lado, segundo ela, houve um reconhecimento maior do papel de condições comuns, como cárie e doença periodontal, associadas à xerostomia, por exemplo, e consequentemente uma maior atenção ao cuidado odontológico de rotina e preventivo para pacientes com HIV.

Apesar de ter sua prevalência reduzida com o uso da terapia antirretroviral, o sarcoma de Kaposi continua sendo a neoplasia maligna oral mais frequente associada ao HIV.  É uma neoplasia vascular causada pelo herpes vírus humano 8, que é transmitido durante o sexo, ou através de sangue e saliva.

“Suas características clínicas variam de acordo com seu estágio, progredindo de pápulas a placas vermelho-arroxeadas, as quais podem ulcerar. Em estágios avançados, a lesão pode se manifestar como múltiplos nódulos roxos e ulcerados, levando à mobilidade e perda dentária. O diagnóstico é baseado nas características clínicas e histopatológicas”, esclarece a Cirurgiã-Dentista.

Dra. Ana informa, ainda, que a terapia antirretroviral é recomendada para as pessoas com sarcoma de Kaposi associado ao HIV, pois essas lesões frequentemente regridem com este tratamento. Quando isso não acontece, o tratamento adicional pode envolver uma combinação de radioterapia, quimioterapia ou excisão cirúrgica.

“O diagnóstico precoce das manifestações orais em pacientes com AIDS é crucial para garantir a eficácia do tratamento e melhorar a qualidade de vida. Cirurgiões-Dentistas desempenham um papel fundamental ao realizar exames bucais regulares e ao estar cientes das manifestações associadas à infecção pelo HIV”, finaliza ela.