10 de setembro é o dia Internacional de Prevenção ao Suicídio e reforça o apelo do Setembro Amarelo, mês em que a campanha contínua é evidenciada, com vistas a disseminar informação à população mundial em torno dessa causa que responde pela morte de mais de 700 mil pessoas por ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2023, o tema da campanha é “Se precisar, peça ajuda!”.
Com vistas a essa tomada de consciência, a Dra. Julia Trindade, psiquiatra pós-graduada em Neurociências do Comportamento e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, enumera abaixo situações e diagnósticos de doenças mentais que mais conduzem ao suicídio, bem como suas características e pontos de atenção, para ajudar as pessoas a ficarem alertas umas às outras, observando comportamentos atípicos e podendo atuar ativamente na prevenção de mortes por esta razão. "Mais de 90% dos casos de suicídio estão relacionados a algum transtorno mental. Então, identificar e tratar é uma saída de extrema eficácia", avisa a psiquiatra.
Depressão: "A presença de sentimentos intensos de desesperança e desamparo, acompanhados por uma visão negativa do futuro, pode ser um sinal preocupante, segundo a psiquiatra. A doença também tende a gerar isolamento social, desistência de atividades sociais e prazerosas, aumento da irritabilidade, alterações significativas no padrão de sono e apetite, bem como a dificuldade em concentrar-se ou tomar decisões", elenca Dra. Julia, reforçando que a união desses fatores contribui para a vulnerabilidade que pode levar aos pensamentos suicidas.
Transtorno Bipolar: "Pessoas com transtorno bipolar podem experimentar mudanças extremas de humor, incluindo episódios de depressão profunda e mania elevada. Durante os episódios de depressão, o risco de comportamento suicida pode ser elevado, especialmente se não for tratado adequadamente", conta Dra Julia, ao revelar que entre 30% e 50% dos pacientes com transtorno bipolar tentam suicídio e 20% acabam conseguindo. Esta é uma das taxas mais altas entre os transtornos mentais, segundo ela.
Transtornos de ansiedade: "O transtorno de ansiedade generalizada, o transtorno do pânico e o transtorno de estresse pós-traumático podem levar a preocupações constantes, medos intensos e reações de ansiedade extrema. Quando não tratados, esses transtornos podem aumentar o risco de comportamento suicida", avisa.
Transtornos de personalidade, como o borderline (TPB): Dra. Julia informa que pessoas com esse transtorno também podem ter oscilações emocionais intensas, problemas de autoimagem, medo de abandono e comportamentos impulsivos. "A Ideação e tentativas suicidas em indivíduos com TPB têm estimativas de prevalência ao longo da vida variando de 84% a 94%, e aproximadamente 5% a 10% dos indivíduos com TPB eventualmente morrem por suicídio", diz a psiquiatra.
Abuso de substâncias: O abuso de álcool e drogas pode diminuir os filtros de inibição, reduzir a capacidade de tomada de decisão racional e levar a comportamentos impulsivos. Dessa forma, a especialista reforça que o uso excessivo dessas substâncias pode aumentar o risco de comportamento suicida, especialmente quando combinado com outros fatores de risco.
História de trauma: Pessoas que enfrentam, ou enfretaram traumas significativos, como abuso físico, sexual ou emocional podem estar em maior risco de comportamento suicida, especialmente se não receberem o suporte adequado para lidar com essas experiências, considera Dra. Julia.
Isolamento social: "A falta de conexões sociais e de suporte emocional pode contribuir para sentimentos de desesperança e solidão, aumentando o risco de comportamento suicida".
Problemas financeiros e sociais: Dificuldades financeiras, desemprego, conflitos familiares, términos de relacionamentos e outros problemas sociais também podem ser gatilhos para sentimentos de desesperança e angústia, aumentando o risco de comportamento suicida, na visão da médica.
Doenças crônicas ou debilitantes: Pessoas que lidam com doenças físicas crônicas ou incapacitantes podem enfrentar desafios emocionais significativos. "A dor, o sofrimento constante e a perda de qualidade de vida podem contribuir para pensamentos suicidas", analisa Dra. Julia.
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