O suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo, atrás apenas de acidentes de trânsito, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2019. O tema se relaciona com diversos fatores, como, por exemplo: transtornos emocionais, aceitação social e sexualidade.
Segundo estudo da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, os adolescentes que convivem com quem aceita os LGBT+ têm 25% menos probabilidade de tentar suicídio do que os ambientes mais repressores.
Porém, embora haja leis contra a LGBTfobia, o preconceito, falta de respeito, apoio, aceitação social e profissionais especializados ainda provocam, nos dias atuais, uma série de problemas para a população LGBT+, dentre eles os mentais.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), houve um aumento de 16% na vulnerabilidade da população LGBT+ brasileira. De acordo com os entrevistados, a escassez na ajuda profissional em todo o âmbito da saúde, seja física ou mental, influenciou diretamente neste cenário.
“Mesmo que tenhamos o setembro amarelo como lembrança aos cuidados com o psicológico de todos, é importante ressaltar que o sofrimento mental ocorre em todos os outros meses do ano também”, comenta a psicóloga Patrícia Lenine, da Zero Barreiras, ao Observatório G.
“Isso porque, falar ao seu médico como você vive e como se relaciona ajuda que ele tenha mais informações sobre a sua saúde e seja mais assertivo quanto aos tratamentos ou diagnósticos. Porém, ainda é muito difícil falar abertamente sobre a sua sexualidade com um médico, pois muitos não dão espaço para uma conversa clara e sem julgamentos”, afirma ao Observatório G o urologista Leonardo Lins, formado pela Faculdade de Medicina do ABC e que faz acolhimento ao público LGBTI+. “Foi pensando nisso que eu decidi criar no meu consultório, um ambiente de inclusão, acolhimento e respeito à diversidade, para que essa comunidade possa se sentir à vontade para contar o que sente e não ter receio de mostrar o que é”, completa o urologista.
“As especialidades precisam andar de mãos dadas não só para o cuidado da comunidade em questão, mas de todas as pessoas, já que o ser humano é corpo e mente!”, explica a psicóloga Christiane Valle, também da Zero Barreiras.