Falar sobre fetiches, sobretudo tratar dos assuntos mais secretos e que fogem do normativo, suscita a curiosidade e costuma trazer à tona alguns medos arraigados no ser humano: medo de acabar gostando de algo que os ditames sociais dizem ser esquisito, medo de não se encaixar e por aí vai. Contudo, este universo sobrenatural é mais comum do que pensamos. Em suma, o termo fétiche vem do francês que, por sua vez, é oriundo do português “feitiço”.
Desse modo, foi utilizado pelos portugueses em cultos religiosos dos negros na África Ocidental. Assim, o termo ganhou tanta notoriedade que foi descoberto na Europa através de Charles de Brosses, em 1757.
Despertando o tesão até dos mais recatados e sendo amplamente debatido no âmbito da Antropologia, Psicologia, Psicopatologia e, sobretudo, na psicanálise de Freud o assunto é até tema de trabalho acadêmico. Ou seja, quem pensa que é só ‘coisa de depravado’ é bom saber que existem estudos sérios e embasados acerca do tema.
Nesse sentido, para desvendar alguns segredos picantes, ninguém melhor do que alguém que trata disso todos os dias para ajudar-nos nessa empreitada. Eveline Santos, dona da Eva Sex Shop, logo de antemão, já disse que não considera nenhum fetiche estranho.
Perguntas
“Quando a gente trabalha com produtos eróticos, a gente deixa de achar as coisas estranhas. Mas quando o assunto é fetiche, as confissões mais comuns são sobre o desejo de fazer ménage. Em algumas situações, as pessoas também falam do interesse por swing”.
Sobre inversão de papéis, Eva também deixou claro que mulheres não costumam adentrar nesses assuntos, mas acontece. “Não é o assunto mais comum vindo delas, mas, ultimamente, tem uma galerinha fiel que adquire produtos para inversão como cintas e próteses, que são clássicos do universo sado. A maioria dos homens ainda tem muita resistência, mesmo quando as parceiras têm vontade ou falam como a inversão pode ser prazerosa pra eles”.
“Quanto à história interessante, tenho uma cliente que me marcou muito. O esposo dela curte próteses bem grandes. As próteses que vendíamos de 20-22cm não eram suficientes para ele (Risos). Por causa desse casal, começamos a comprar próteses de 28-35cm de comprimento e até 5cm de diâmetro. Normalmente, as pessoas fogem dessas medidas, mas eles adoram”.
Gays
Sobre os fetiches mais buscados pelo público gay, Eva revelou que aprende todos os dias. “Eu gosto muito de conversar com meus clientes gays. Eles agregam muito a nossa loja. Aprendo várias coisas com eles. Em geral, não trazem fetiches de outro mundo não, mas se comparados ao público hétero, eles têm uma inclinação muito grande para produtos de BDSM. As fantasias do público gay aqui na nossa loja giram muito em torno da figura do dominador. Eles adoram jockstrap, máscara de algoz, cueca de couro sintético ou sexy vinil”.
Em relação aos homens procurarem cinta peniana, ela diz que a opinião da parceira costuma ser bem valiosa. “Sim, eles procuram. Mas nunca vêm sozinhos para comprar. Sempre trazem a parceira e consideram bastante a opinião delas”.
Para fechar com chave de ouro, a empresária revelou os fetiches mais comuns e mais buscados. Sem hesitar, o famoso ménage parece ser sempre uma boa pedida.“Sem dúvida o fetiche mais falado aqui é o ménage. Pelos clientes da loja, pelos seguidores dos nossos perfis no insta, quando fazemos enquentes ou lives e até em bate-papos comuns. E não é um fetiche só dos homens não. Hoje, tenho notado muitas mulheres com o desejo de fazer sexo a três, inclusive com a participação de outra mulher”.