Com uma energia contagiante, carisma e estilo a DJ Fernanda Fox é um dos principais nomes no cenário pop brasileiro. Paulistana da Zona Leste, Fox em quase uma década de carreira já se apresentou em 16 estados, 6 países, e entre os artistas com quem dividiu palco estão Anitta, Glória Groove, Ivete Sangalo, Pabllo Vittar e Steve Aoki.
Com todo esse sucesso, a agenda da DJ está cheia para o Carnaval. Para ela, essa é uma época do ano em que podemos nos expressar mais livremente: “Acho que o carnaval definitivamente é uma época em que a maioria coloca pra fora inúmeros desejos que vão muito além do que somente corpos livres, definitivamente, é a oportunidade de trazer à tona todas as nossas fantasias! Acho que o carnaval pro povo Brasileiro é rir, se divertir, ser livre de todas as maneiras e deixar um pouco de lado os nossos problemas e o peso do Mundo, expurgar os males que são muitos”, diz Fernanda.
Trabalhando na noite mais de 9 anos, a DJ relata que já sofreu preconceito pelas roupas que usava durante os shows: “Durante toda minha carreira até aqui, sofri preconceito demais, por me acharem vulgar demais por fazer meus shows com roupas de menos. Sempre fui muito segura de mim, do meu corpo, dos meus desejos e vontades, durante toda minha vida trabalhei com diversos públicos e, fui duramente apontada como vulgar por grupos de pessoas elitistas que, hoje em dia, aplaudem artistas que se vestem com o tanto ou menos roupa do que eu, porém, interpretam músicas que estejam de acordo com a nata da sociedade. Sempre admirei e vi beleza em todas as culturas, do Jazz ao Pop, do Hip Hop ao Funk… acredito sim que muito do preconceito que já sofri até hoje tem muito a ver com as culturas que sempre fiz mais questão de representar nos meus shows, como o POP com foco pro público LGBT e o funk. Felizmente, senti que quebrei muitos tabus no meu nicho, inclusive os que eu mesma poderia ter”, relata.
Conhecida por ser uma mulher de atitude e empoderada, Fernanda fala sobre performar sensualidade: “Eu nunca busquei essa sensualidade, como nunca forcei um estereótipo sobre mim mesma que não existisse, eu simplesmente fui amadurecendo. Me sentindo mais livre, mais mulher, estando mais segura financeiramente, mais segura das minhas escolhas pessoais e profissionais. Acho que quando a gente se descobre, se conhece, se ama e se coloca em primeiro lugar, a vida flui naturalmente e acho que esse é o grande barato. A gente não entende nada, mas tá ali, crescendo, existindo, resistindo e acontecendo”, explica a DJ.
Fox fala sobre as dificuldades que enfrenta e como lida com o assédio no dia a dia durante o trabalho: “No começo da minha carreira rolava muito mais, quanto mais eu passei por esse processo de amadurecimento dentro e fora da minha carreira, as coisas a minha volta começaram a mudar também, mas até isso acontecer, sempre deixei muito claro e briguei demais pra que me respeitassem dentro da minha totalidade. Como mulher, como artista, como mulher lésbica e como pessoa. Embora, não seja uma tarefa fácil e o descanso não acaba, né. Mulher respira e sofre assédio, a luta não acaba nunca.”