Compartilhar a sexualidade para a família e para os amigos não é um processo fácil para a maioria das pessoas LGBTs. Criado na igreja evangélica, o influenciador Átila Ângelo passou por esse dilema da maioria dos jovens, que na verdade, é o medo de não ser aceito.
“Meu processo de compartilhar sexualidade com a minha família foi algo muito espontâneo. Quando eu completei 17 anos, eu botei na minha cabeça que eu tinha que me assumir. E aquilo me deixou muito confuso, muito preocupado. Tive medo, senti aquela aflição. É tanto que mexeu muito no psicológico. Mas a partir do momento que eu botei na minha cabeça que eu não precisava chegar e falar, só bastava eu viver e mostrar quem eu era, tudo foi mais fluiu.
Claro, que o meu trabalho me ajudou muito, porque eu fui me mostrando de maneira super leve e de uma maneira normal. Eu fui gravando meus vídeos vestido de mulher, minha família foi vendo que o público gostava, que tinha uma galera que me acompanhava, que me que me aceitava do jeito que eu era, do meu jeito de ser, do que eu vestia, do que eu falava. E minha família super aceitou”, recorda o rapaz de 20 anos.
“Não frequento mais por conta disso também. Apesar de muitas igrejas que já frequentei falar que aceitam a gente como é, ao mesmo tempo, dizem que Deus vai nos mudar, que Ele transforma. O discurso de aceitação entra em conflito com o de mudança. No fundo, o que eles querem é que a gente acabe mudando, já que a Igreja prega muito isso. E é isso que deixa a gente muitas vezes muito confuso. Mas eu me aceito assim, sei que eu sou assim, eu me amo assim e acredito em Deus, claro. Mas não frequento mais por conta disso”, pondera.