Madame Satã é uma peça de teatro de curtas temporadas, que conta a história de um dos nomes mais icônicos da história LGBT brasileira. Juhlia Santos, atriz travesti, foi escalada para o elenco, após a companhia Grupo dos Dez – que comanda o espetáculo – tomar conhecimento do manifesto Diga Sim ao Artista Trans.
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O manifesto é uma campanha organizada por atrizes e atores trans, lançada em março deste ano, com o intuito de pedir por oportunidades nas artes cênicas, em especial para papeis de personagens também trans ou travestis. O manifesto lembra que a empregabilidade é um problema enfrentado por toda a população trans no Brasil, inclusive no teatro, televisão e cinema, e que, quando conseguem trabalhos, muitas vezes os artistas trans ficam apenas como elenco de apoio.
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Ao conhecer e entender o manifesto, encabeçado pela atriz Renata Carvalho, o diretor Rodrigo Jerônimo resolveu dar o papel de uma travesti para Juhlia. A personagem é Primorosa, e foi apaixonada por Madame Satã. “É uma personagem real, que seria uma das primeiras que, com a devida licença poética, poderíamos chamar de trans”, conta Jerônimo.
Juhlia Santos não é formada como atriz, mas já vem há dois anos mostrando talento nos palcos. Para seu papel no espetáculo, ela diz ter recebido todo o apoio do grupo, e contado com as orientações e preparação da diretora Bia Nogueira e do ator Gabriel Coupe. Ela já está confirmada para mais duas temporadas do Madame Satã, que acabou de terminar uma onda de apresentações em São Paulo.