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Pastor revê seus conceitos e torna-se defensor LGBTQIAP+

famoso pastor evangélico percebe que errou sobre LGBTs e toma providências para consertar os estragos

Pastor revê seus conceitos e torna-se defensor LGBTQIAP+

O que a liderança das igrejas evangélicas pensa sobre as pessoas LGBTQIAP+, em especial as transvestegêneres? Pergunta boba… basta ouvir Silas Malafaia, no campo pentecostal, ou Augusto Nicodemus, no campo tradicional. Saindo das lideranças eclesiásticas, a tal “bancada evangélica” no Congresso Nacional, e suas congêneres estaduais e municipais, mantêm o discurso. E, impressionante, lá em Brasília é conhecida a associação BBB: boi, bala, bíblia.

Há outras vozes que não são midiáticas. Ou por opção, ou por não movimentarem os negócios. E quando um pastor midiático se converte?

Ricardo Gondim foi pastor da Assembleia de Deus – LGBTfóbica. Há mais de 40 anos lidera a Igreja Betesda, com sede em S. Paulo. Ele se define como um cristão pentecostal. Os cultos da sua igreja chegaram a ter mais de 2000 pessoas. Durante quase 20 anos foi articulista da revista Ultimato, de perfil conservador, ainda que com forte ênfase social.

Agora ele se converteu!

Quando foi dispensado por aquela revista, em 2014, a questão era o casamento civil homoafetivo. Ele defendeu, e defende, que em um país laico, não há razão para impedir a união civil de pessoas do mesmo gênero. Agora foi mais além.

Gondim reconheceu seu passado LGBTfóbico. Reconheceu que expulsou pessoas de sua comunidade por serem LGBTs. Reconhece que estava errado. E mudou sua conduta.

Em última análise, reconheceu o que já foi escrito nesta coluna: a fé pode matar.

Sábado, 24 de setembro 2022, a Igreja Betesda realiza um seminário “Fórum de Diversidade”. Contrariando o ensinamento no qual acreditou, ele mostrará como, na verdade, a mensagem cristã é inclusiva, e não excludente.

Esta postura tem seu preço. Antigos colegas, que o idolatraram, lhe voltaram as costas. A Betesta, que antes tinha mais de 2000 pessoas nos seus cultos, chega agora ao máximo em 800. E ela passa por sério aperto financeiro.

A Igreja Betesta não é uma igreja onde todos são LGBTs. É uma igreja onde todos são acolhidos, com os mesmos direitos e deveres, não importa orientação sexual. Ou identidade de gênero. Ou intersexualidade. Está programado o primeiro casamento homoafetivo, para janeiro / 23.

Conversão é isso: mudar de opinião, de ponto de vista, na teoria e nas atitudes.

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